Redação – Auto Biografia
Meus pais me
deram o nome de Norma porque foi escolhido pela minha madrinha de batismo...
Pois onde nós morávamos era só alemães que residiam naquele
lugar chamado linha 7 de setembro, interior de Lajeado, hoje munícipio de
Sério.
Morando lá também uma alemoazinha chamada de Norma. Então
minha madrinha Adele Branchi quis que me batizassem com este nome que sempre
será chamada.
Tenho recordações da minha infância que sempre tenho morado
no meio dos precipícios, onde não havia escolas e nem igrejas, por isso peço a
Dª Naydes que me desculpe pelo meu pouco saber porque tive muito a pouca
instrução durante a minha mocidade.
Procurarei estudar sempre para tornar-me cada vez mais
instruída. Seguirei o caminho da escola porque que segue este caminho segue o
caminho do bem.
O dia mais agradável para mim foi o da 1º comunhão, porque
todas as crianças iam receber o Salvador do mundo que sofreu para nossa
salvação.
Outra alegria tive quando comecei a frequentar as escolas
onde cheguei a avaliar o que era viver nesta terra que é chamada de Pátria.
Até hoje na minha vida tive poucos prazeres. O pior foi para
mim no tempo em que meu pai enlouqueceu. Isto aconteceu na semana santa no
lugar chamada Sampaio, no munícipio de Lajeado.
Na Quita feira Santa pela manhã ao romper da aurora os raios
entraram pelas janelas e papai levantou gritando e foi para o moinho e dizia
sempre: Tragam bastante pão que hoje há de vir muita gente aqui em nossa casa.
Chegava gente no moinho e papai os surrava porque eles não
diziam que ele era, deus.
Papai só dizia que ele era deus e nós os filhos de deus. Que
não dizia assim apanhava dele.
O mais triste aconteceu depois quando ele pegou o facão e o
afiou bem e pegou uma gamela e queria cortar-se o pescoço e ele dizia que o
sangue devia ser posto naquela gamela(bacia).
Depois reuniram-se várias pessoas e o deitaram no chão e a
mamãe o amarrou fortemente nos braços e nas mãos. Era uma tristeza ao ver
aquela procissão de gente uma atrás do outro e na frente amarrado que cantava e
gritava. E o levaram para a sede do município.
Aqui só descrevi o primeiro dia porque se vou descrever tudo
não há tempo que chegue descrever o que
passamos durante 3 anos de sua loucura.
Eu hoje calculo que sou muita esquecida fraca porque tenho
levado muito sustos enquanto menina de meu pai.
Em fim até hoje para mim foi esta a maior tristeza.
Para o futuro desejarei ser uma boa mestra procurando
estudar sempre, porque a professora tem uma grande responsabilidade para com
seus alunos que lhes forem entregues, fazendo crescer no espírito da criança
sentimentos de brasilidade e que um dia elas possam viver bem no meio da
sociedade.
NORMA CORBELLINI
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