VIDA DE ANTIGAMENTE NAS COLONIAS ITALINAS
FESTAS
Os padres rezavam as missas de costas para o povo. Sós os
coroinhas masculinos podiam ajudar na missa. As mulheres não podiam ajudar
durante a missa. A missa era celebrada em latim, enquanto o povo ficava rezando
o terço. As mulheres comungavam com o véu na cabeça e com roupas decentes e
ficavam ao lado direito separadas dos homens. Usavam o cabelo comprido e coque
e os penteados era bruque prendiam com passador e grampinho. O bruque era feito
na frente da cabeça.
Na semana santa se fazia a via-sacra com muitos cantos
bonitos e muitas orações e cada estação. Nas igrejas os santos eram cobertos
por um pano lilás para representar uma semana de profundos sentimentos cristão,
da paixão morte e ressurreição de Jesus. Costumava-se guardar os ovos que as
galinhas davam, para cozinha-los com água e toda a família comiam um pedaço com
um raminho de oliva bento. Esta devoção era para não ser mordido de cobras. No
sábado santo às 10h da manhã se lavava os olhos, na água corrente para não
pegar a doença dos olhos.
COSTUMES
As pessoas viajavam a pé ou a cavalo. Quando matavam um
porco cozinhavam toda a carne no tacho da banha sem sal e guardava-se em latas.
Também guardava-se as carnes em uma caixa forrada com uma tela bem fina
dependurada debaixo das árvores as carnes salgada, para que os bichos não as
tocassem. Quando as pessoas queriam comer pegavam uma pequena quantidade
esquentavam numa panela. A comida que mais era usada era a polenta e racicci.
Para os dias de festa tinha a sopa de capeletti. Geralmente quando chagava
visitas matavam uma galinha cozinhavam um pedaço ou metade e o resto penduravam
na aba da casa, à noite enrolavam numa toalha para evitar que os bichos
pousavam sobre carne. O café era feito com casca de pão queimado, colocavam na
água fervendo e a água ficava bem preta e assim se tomava como café. As mesas
eram todas de madeira bem larga e as tabuas eram pregadas bem juntas e com uma
banca de madeira para sentar. A mesa era coberta por uma toalha plástica. A
cozinha ficava separada da casa, com um corredor que unia a casa com a cozinha
porque o fogo podia queimar a casa. O banheiro era chamado de latrina ou
patente e mais tarde de quarto de banho.Os namoros eram vigiados pelos pais, e
o moço tinha que pedir licença para namorar a moça. Quando Saiam para a rua um
ficava de um lado da rua e o outro no outro lado. Os colchões eram cheio de
palha de milho que era escolhida e os travesseiros cheio de penas gansos ou de
galinhas. Guardava-se aos produtos da colônia nos galpões (chamado de paiol) A
prática da caça e da pesca foi introduzida aos poucos pelas pessoas de origem
italiana, onde a aparece a tradicional passarinhada ou peixada.
AS COMUNIDADES
Eram pequenas famílias e residiam longe uma das outras.
Porém de famílias muito numerosas, mas quando nascia uma crianças as vizinhas
diziam (mdemoa a comare) então levava uma galinha para fazer canja e reforçar a
comadre. Também procuravam enfaixar a criança recém nascida. Não havia ruas
para transitarem, e as estradas onde se passavam só permitiam ser fito a cavalo
ou de carroças. Todo transporte era feito de carga de burros. Os primeiros
carros que apareceram eram o modela “A” de 1929 movido a gás ogênio. Os meios
de transportes eram chamados de carro de praça, tinha o bonde e a Maria fumaça
e o vapor.
ASSUNTO INTERESSANTE
O bisavô Paulo Corbellini e Adele Ficagnha compraram uma
casa em Sampaio (Vila Sério), coberta de madeira artesanal tabuinha
(escandoles) cheia de barata e quando deu um frio muito acentuado, geada as
baratas se congelaram. Então o meu bisavô pegou um pau bem comprido, e começou
a bater no telhado e elas caíram no chão. Fez um fogo e queimou, dando um fim
das baratas.
VESTIMENTAS
As mulheres usavam vestido comprido e largos lenços na
cabeça, avental amarados na cintura. Os homens usavam calça de brim listradas
com suspensórios e para as festas calça de gazemira com chapéu de palha ou pano
e o calçado era feito de couro. Os lençóis e as roupas eram confeccionados com
sacos de açúcar (bombazina) e muitas vezes eram tingidos.As cobertas grossas
para o inverno eram feitas de panos velhos (strapontas) para se cobrir durantes
as noites muito frias. Também comprava-se peças de fazenda para confeccionar
alguns roupas para a família. Quando morria alguém da família usava-se roupa
preta de luto.
MORADIA
Feita de pedra ou madeira de pinheiro ou pau a pique. Os
telhados de tabuinhas (escandoles). As janelas de tábuas sem vidros, as casas
eram bem grandes porque a família era bem numerosa. Para cozinhar os alimentos
pendurava-se as panelas em cima do fogo, numa corrente dependurada. Buscava-se
água nos poços ou fontes com baldes de madeira chamado de “sechas”. A pia de
lavar a louça era de madeira chamada de”secharo”. Os móveis eram de madeira de
lei artesanal, tinha o bidê, o comó, cristaleira, penteadeira baú e um
lavatório que tinha uma bacia esmaltada e uma jarra em baixo com água que era
para se lavar de manhã ao levantar. A iluminação era vidro ou uma latinha cheia
de querosene onde se colocava um pavio de pano onde era acendida para iluminar
à noite.
AS ESCOLAS
Eram de madeira, janelas de tábuas e sem vidro. Os bancos
eram compridos onde sentavam seis crianças. No banco tinha um buraco onde se
colocava um tinteiro. Usava-se também o mata borrão. A professora era braba
porque tinha que cuidar de muitas crianças. Usava varra de vime comprido para
bater mãos dos alunos que não queriam aprender. Usava-se uma pedra com pena de
pedra para escrever e depois apagava-se com um pano.
Usavam a palmatória, régua comprida, numa ponta era reta, na
outra ponta existia uma rodinha e um buraco no meio. Quando o aluno
desobedecia, o professor (a) batia na palma da mão e puxava a pele da mão
dentro do buraco formando uma mancha vermelha era muito dolorido.
Também existia outro castigo: colocavam grãos de milho,
pedrinhas, tampinhas de garrafas no chão para as crianças que incomodaram
ajoelhar em cima e também puxavam as orelhas.
O aluno era aprovado no 5º livro e tornava-se professor. Se
ele desejava continuar os estudos devia prestar exame de admissão. Todos tinham
que saber e o método usado era decorar tudo, pois, eles não tinham nada
escrito.
FESTAS
Eram muito bonitas principalmente as de igreja. Costumava-se
fazer a sagra que era um almoço bem preparado. Convidavam-se os parentes para a
festa. A missa era celebrada na parte da manhã e ao meio dia a sagra, à tarde
jogos de carta e de bochas e o tradicional filó. Para a juventude existia os
matinês dançantes, que era uma verdadeira diversão para jovens. Em certos
lugares as festas duravam muitos dias, principalmente o (Kerps)
ENTREVISTA
Norma c.c.c.Zanatta, Luiz Zanatta, José Boscari, Elda
Zanatta, Terezinha Boscari, Maria de Lourdes Giacomlli, Nadir Letrari, Mercedes
Corbellini, Frei Paulo Zanatta
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