sábado, 23 de maio de 2015

Vida Marista Irmão Armando Corbellini


Vida de Armando Corbellini

                       Detalhes de Norma C.C. Corbellini Zanatta Arnaldo Corbellini e Ibanor Corbellini

Irmão Primo Armando Corbellini, conhecido por irmão Pacômio, Irmão Cordeiro e Armando Corbellini. Filho de Imerio Corbellini e Esterina Notari, natural de Garibaldi – RS, Linha Alencar Araripe (interior de Garibaldi- RS). Tinha outros irmãos por parte de mãe: 2º casamento de Imério Corbellini e Esterina Notari: Irene, Armando e Irino. Do 1º casamento Imério Corbellini e Catarina Vedovatto por parte de pai eram os seguintes: Luiz, Antônio, Maria, Batista Primo, Anibal, Alberto, Eduardo, Rosa, Teresinha e Adelaide.

 Falecido e sepultado no Rio de Janeiro em 1996, participaram do sepultamento a Dulce Polita sua sobrinha e outros familiares de Guaporé.  Foi professor do guerrilheiro Jonas Zabinbi em Moçambique.  Mas quem era o presidente e do país era Samora Machel. Os negros tinham raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 os negros queriam enforcar o Irmão Armando Corbellini em praça pública.  Então os alunos do Irmão Armando, contaram para Ele que seria enforcado. O colégio dos maristas estava cercado de policias com metralhadores e tanques.

Irmão Armando pegou todos os seus documentos e disse que iria fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do colégio e outros irmãos e que iria para o aeroporto.  O diretor disse, para onde tu vais? Apenas respondeu que ia fugir. No aeroporto ele foi num pequeno avião para Rodézia, país vizinho, e como lá não consegui pousar, teve que regressar para Moçambique e ao chegar os policiais o prenderam. Foi preso no campo de concentração, onde tinha, cobras, ratos e só comia farinha de mandioca molhada com água. Os porteiros do campo de concentração eram os próprios alunos. Eles diziam foge professor Cordeiro, ele respondia. Como vou fugir se aqui estou preso. Os alunos combinaram que certo dia depois de muito tempo de prisão às 4h da manhã abriram o portão e o professor Pacômio,  embarcava num Jeep a fronteira com a Rodesia. Somente o porteiro sabia, o outro que conduzia o jeep, não sabia do que se tratava, e resolveu perguntar onde vais professor Pacômio.  O Irmão respondeu que iria caçar. Em Moçambique quem trabalhava eram as mulheres, pois os homens ficavam apenas caçando, pegando borboletas e insetos, frutas para comer. No campo de concentração deixou escrita essa poesia:

Sinto que morro lentamente à fome

O corpo treme sou uma chaga e dor

Sangra-me as mãos e os pés sinto torpor

Sinto a agonia que me roe e consome

 

A noite é longa e cruelmente insone,

Gemem fantasmas entre as trevas, horror!!

Correm insetos em meu corpo e o ardor

Gera um inferno sem igual sem morre.

 

Tornei-me um verme da crueldade humana

Meu corpo nú marcado pela violência

Goteja o sangue de uma vingança insana...

 

Não peço aos homens nem perdão ou clemência

Ao Deus que tudo vê e nada engana

Proclamo a minha fé a minha inocência

 

                              No campo de concentração do Dando – Moçambique 13 de setembro de 1975

Irmão Cordeiro caminhava durante o dia, e a noite ele dormia em cima de árvores, para se defender do ataque das feras, tomava água do orvalho, isso até chegar no pais vizinho da Rodezia. Na Rodezia tomou o avião e depois de muitas dificuldades chegou a Portugal. Ao chegar deparou-se com uma guerra civil onde não podia desembarcar. Depois deram permissão e ele foi até a casa dos Irmãos Maristas de Portugal, que o acolheram dando-lhe roupas e comida e o que precisava.  Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou ao Brasil e se fixou na província do Rio de Janeiro, na Tijuca. Onde passou a trabalhar colocando os refugiados e que saíram de Moçambique e se refugiavam no Brasil, dando-lhes um lugar mais seguro e condições de emprego e condições de começar nova vida.

Irmão Cordeiro era um exímio jogador de  Bademinton  e provavelmente foi o primeiro a trazer para o Brasil esse esporte da África que era jogado pelos ingleses. Jogo esse que se joga com uma raquete e bola de tênis e outro adversário é uma parede, a bolinha bate e volta para que o jogador não a deixe cair.

No Brasil, todos os anos retornava, para os pagos no Rio Grande do Sul para visitar os parentes e amigos, os irmãos Maristas de Garibaldi etc. Contava com alegria as histórias de Moçambique e chorava ao ver as mesas cheias de comida. Gostava de comer milho verde, figos , uva (pois retornava sempre na época da safra da uva), e almoçava sempre na casa dos parentes. Irmão Armando Corbellini faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1996. Durante o tempo que frei Paulo F Zanatta esteve participando do Curso de Espiritualidade franciscana (Cefepal), Irmão Armando o visitou diversas vezes e convidou frei Paulo para celebra missa, na casa dos Irmãos Marista na Tijuca, no seminário São José, e para conhecer o Rio de Janeiro. Lá frei Paulo viu uma sala de trabalho do Irmão Armando com fotos da África, saltando de paraquedas, com os cachorros amestrados e etc. Frei Paulo lembrou ainda que Irmão Armando Corbellini fez uma vista no tempo de férias em Belém Novo, na Paróquia Nossa Senhora de Belém, era um dia muito calor insuportável, e deu uma crise de asma, foi muito difícil de passar. O frei ficou muito preocupado, pensava que deveria baixa-ló no hospital, pois pensava que iria morrer. Outra lembrança que frei Paulo recorda no tempo ginasial no colégio Santo Antônio de Garibaldi, cada 2 a 3 anos aparecia o Irmão Armando Corbellini, de batina, com uma sacola e um dente de marfim dos elefantes da África, ficava uns dias pela volta dando palestras e motivando os alunos para a vida religiosa. Ainda lembro que Ele convidou-me muitas vezes para ser Irmão Marista. Um dia respondia a Ele que queria ser Franciscano seguidor dos passos de São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro também trabalho com meninos de rua. Ainda hoje há gente que lembra do Irmão Armando Corbellini, pela sua rigidez na educação em Santa Maria, por exemplo: o médico Plinio Desconzi, foi interno do marista e lembra da sua figura e da sua dedicação.

Levantava de madrugada, e caminhava até  a linha Araripe.  Lá ajudava a apanhar a uva e visitava os parentes Corbellini, durante alguns dias que permanecia em férias. Visitava sua Irmã Irene Corbellini em Guaporé e outros lugares, sempre visitando parentes, em Curitiba era seu Irmão Irino Corbellini, Lajeado visitava sua dentista Rosane Vogt, e outras casas de familiares e parentes. Um dia estava em Garibaldi, e deu uma crise de asma muito grande, na casa de Lurdes Brugalli Corbellini, ela queria baixa-ló no hospital São Pedro de Garibaldi, mas o Irmão Armando não quis. Em Garibaldi ele gostava de parar na Casa de Ibanor e Anita Corbellini, Luiz e Norma Corbellini Zanatta, Imério e Lurdes Corbellini, em Guaporé na casa da Irmã Irene Corbellini, na casa do seu irmão Irino Stefano Corbellini, na casa dos irmãos maristas etc.. Irmão Armando disse que tinha uma irmã e ela casou-se com um índio, e todos os anos a visitava, Ela era filha da avó Esterina Notari Corbellini.  Quando a avó Esterina Notari Corbellini ficou viúva casou-se pela segunda vez com o bisavô Imério Corbellini, que também era viúvo da falecida Catarina Vedovatto. Os filhos do bisavô Imério Corbellini, colocaram tudo fora e tiveram que morar de aluguel. Esses filhos do Imério não eram filhos de Esterina, pois eram madrasta destes filhos, e o local onde residiam é hoje há a loja de Ricardo Aliatti era o hotel Corbellini. Os filhos de Esterina Notari, entravam com os dedos na comida, fato que deixava muito braba. Na época não tinha tantos talheres como há hoje em todas as casas, e eles usavam desta prática, pois para se alimentar usavam as mão, fato que muita gente não gosta, mas era comum na época. Outro fato que destacou-se foi a visita de Anibal Corbellini depois de muitos anos morando em Anta Gorda – RS.  Após muitos anos de ausência da casa paterna, um belo dia resolveu fazer uma visita. Como tinha passado muitos as pessoas mudam de fisionomia Ele voltou e não foi reconhecido, também não disse quem era e as novas gerações no o reconheceram, foi-se embora sem dizer quem ele era. Fato que foi lembrado pelos parentes que o conheciam, mais tarde.  A casa (antigo cortume) hoje situada em Garibaldi, propriedade do Gesuino Malvessi era de Luiz Corbellini e Irmão mais velho do Irmão Armando Corbellini que eram o filhos mais velho do Imerio Corbellini e Catarina Vedovatto. Um outro filho chamado Antônio era uma pessoa muito boa, mas quando abria a boca para rir parecia uma gamela de tão grande (fato relatado por uma pessoa o conheceu).

O motivo que os Corbellini foram morar em  Sério é o seguinte: O Imério tinha muitos filhos lá na Linha Alencar Araripe e os que iam casando, deixam o lugar, recebiam uma ajuda para começar vida nova.  Um dos filhos João Batista Corbellini casado com Adele Branchi saiu de carroça para sério. Foi Morar em 7 de setembro, depois que os frei Tiago (franciscano) disseram que iria se tornar paróquia, então todos eles foram para Sério (relato de Arnaldo Corbellini). Outro irmão de Luiz Corbellini também fizeram a mesma coisa a exemplo do Batista, Anibal, Paulo, as Irmãs Adelaide, Teresinha etc. O que permaneceu na casa paterna do falecido Imério foi o Eduardo Corbellini, foi comprando a parte dos outros irmãos que casavam e saíam de casa. O mesmo fato ocorreu com Eduardo Corbellini e Palmira Aime Corbellini, os filhos deste casal também foram casando e recebendo sua herança e assim constituindo família em outro lugar. O ultimo filho Imério casou-se com Lurdes Brugalli, vindo o Imério a falecer a Lurdes ficou dona da propriedade e residindo lá nesse lugar até os dias atuais. O Pai de Frei Lucas Corbellini, João Batista Corbellini e a mãe Adelle Branchi, Paulo Corbellini e Adele Ficagna, aconteceu também a mesma história. Os filhos iam  casando-se e recebiam uma herança para começar vida nova em outros lugar, pertos dos pais ou em outro lugar, pois a propriedade se tornava pequena para tanta gente usar da terra, isso é reforma agrária. Outros conseguiam uma outra profissão para trabalhar e assim ganhar a vida. Aconteceu com o  primo, Severino Corbellini, também foi morar em Porongo, ao lado de Sério para ficar perto dos parentes. Em Sério eles compraram terras de Alberto Sério, que era também de Garibaldi (Armando Peterlongo) que possuía estabelecimento de bebidas. O nome de Sério derivou de Alberto Sério, ou de Armando Sério que também era de origem de Garibaldi . O João Batista Corbellini para construir a sua casa carregava as madeiras amarradas nos cargueiros das mulas e assim as conduzia no local onde construiu  o seu lar. As madeiras eram serradas na madeireira de Abraão Kenipoff, onde possuía um engenho. Arnaldo Corbellini, ainda lembra, que deu uma peste de ratos, pois não podiam salvar nada, nem as batatas doces das roças,  e a Norma C.C.Corbellini, recordou que foi pelo ano de 1937, quando tinha 12 anos de idade. Fatos esses lembrados na praia Rainha do Mar e Garibaldi – RS.

Canção do Exílio dos Italianos


Canção do Exílio

                        Eduardo Dall’Alba

 

Minha terra tem parreiras

Onde canta o sabiá

Tem trabalho dos mais simples

Que não encontro por cá

 

Em cismar comigo a noite

Menor parazer eu encontro

Minha terra tem parreiras

Onde é difícil cantar

 

Minha terra tem parrreias

E colonos à deriva

E uma crise, das fortes

Que colonos algum se esquiva.

 

O metal da minha terra

Me ofusca a vista,

Foi uma terra fria e dura

E de difícil conquista

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Minha terra tem parreiras,

Onde é difícil cantar

Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

               O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

               A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

               Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

               Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

               Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

               Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

               Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

               Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

               Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

               O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

               Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

               A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

               O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

               As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

               Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

               O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.

Oração a Nossa Senhora de Caravaggio


Oração a Nossa Senhora de Caravaggio

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que jamais se tem  ouvido dizer que deixásseis de socorrer e consolar a quem vos invocar, implorando a vossa proteção e assistência; assim pois, animado com igual confiança, como a Mãe amantíssima, ó Virgem das Virgens, a vós recorro, de Vós me valho, gemendo sob o peso de meus pecado, humildemente, me prosto a vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas, ó virgem de Caravaggio, mas dignai-vos de  as ouvir propicias e de me alcançar a graça que Vos peço. Amém

Oração a Nossa Sra. do Perpétuo Socorro

Socorrei, Maria é tempo, socorrei, ó mãe de misericórdia. Sois poderosa para  salvar-nos nas necessidades e perigo, pois onde o socorro humano desfalece, não falha o vosso. Não, não podeis desprezar as ardentes súplicas de vossos filhos. Mostrai que sois mãe, onde a necessidade for maior. Socorrei, Maria, é tempo, socorrei, ó mãe de misericórdia. Amém

Pe. Adilson José  kuntzler

A Igreja Nossa Senhora do Rosário (luiz Provenci)


A Igreja Nossa Senhora do Rosário

A Igreja tem mais de 70 anos disse o Luiz Provenci que era filho de João Antônio Provenci, disse que seu pai puxou pedra para o alicerce da Igreja Nossa Senhora do Rosário. O senhor João Antônio Provenci tinha 3 juntas de boi para puxar o carretão com grandes pedras de alicerce. As pedra vinha lá de baixo do Frigorifico do Ortenilo Nicolau. A estrada de Santo Antônio não existia era conhecia como a estrada do padre Seu Antônio puxou pedra para o alicerce da Igreja durante 1 mês. Quem trabalho na construção da Igreja foi: Nelson  Rossi e na época não existia maquina, tudo era feito a mão. A Olaria de tijolos era do Balastreri. Mas que trabalhava antes na olaria era o Bozzetti. Antes da Igreja existia uma pequena Capelinha de madeira e ao do hospital bem no meio da rua.  Quando foi inaugurada a Igreja Nossa Senhora do Rosário, veio uma banda de sopro de encantado. Também existia um pavilhão de madeira e reunia muita  gente, pois não existia a paróquia de Fontoura Xavier. O transporte era feito com mulas ou burros, e aqui ao redor da Igreja era tudo propriedade da Mitra Diocesana.  A Igreja Nossa Senhora do Rosário era a que mais tinha terras em São José  do Herval – RS. Era Chamada de Burro Morto, pois em frente ao porto Ipiranga largam os animais. O transporte era todo feito por meio de tropas de burros e carroças puxadas por mulas. Era uma época de muitas bestemas, pois os animais não queriam caminhar e parecia que Deus tinha culpa. Um dos primeiros moradores era o Adolfo Brizola, Valentim Dartora, João Zanella, que tinham serraria junto com o Arino Zanella. Na época tinha muitas serrarias aqui no burro morto, pois tinha muitos pinheirais. O primeiro cemitério foi das Catatumbas, era muito antigo e o primeiro, e o atual cemitério veio bem depois.  A Br  só veio depois por volta do ano de 1960. O primeiro caminhão de Burro morto foi do Nilo Parise, era um ford  F 6, e também o primeiro deposito de bebida foi do Nilo onde também fazia a bebida. Na época as pessoas trabalhavam nas roças roçar capoeira, derrubar mato, queimar etc. Não era usado defensivo agrícolas. O primeiro defensivo agrícola usado pelo lauro Zanotelli, importado, na época dos militares, matou tanto pássaro que não dava para imaginar. Era uma nuvem de sabias e outros pássaros  mortos no chão por envenenamento. Todos os granjeiros usavam esse veneno para matar as lagartas da soja, com o defensivo vindo dos Estados Unidos. Aqui em São José tinha um terno de reis e o Sr. Luis Provenci era o gaiteiro e os componentes do terno eram: Nelson Rogeri, juares Rogeri, Deonisio Fiorentin, Nato Polocarpo. Aconteceu um encontro entre ternos de reis  encima da ponte de São José da Calha, mas o de São José do Herval ganhou do terno de Putinga. Disse o Luiz Provenci que sempre tocava de graça, e com isto sempre dava um lucro para a paróquia, que certam vez consegui até pintar a Igreja. Na época do Frei Teodosio que tocava na Igreja era o Luiz Provenci que sempre doou ser serviço por amor a Igreja e a comunidade.

Tropa de Burro e 3 Pinheiros (Antônio Luis Cemin)


Tropa de Burro e 3 Pinheiros

O Antonio Luis Cemin lembra que quando era adolescente e jovem hoje com 51 anos de idade contou que no seu tempo começou a trabalhar bem cedo conduzindo tropas de burros. Fazia fretes nas roças e carregava feijão, milho e todos os produtos agrícolas. Tinha uma tropas de burros bem grande, todos eles com suas cangalhas, rabichos, cabestro, sacos , de carregar em fim todo o material necessário para o transporte de cargas. Os burros não eram ferrados e não tinham ferradura. Os donos desses burros eram: João Pinto, Decio ngnotto, Jeronimo Cegolin, Fioravante Sartori. Havia uma encerra para guardar todos os burros, pois era o transporte da época. Disse que no rio Duduia e em outros rios da região, e no tempo de enchente passou muito trabalho, pois, a correnteza era muito grande, disse que soltava o burro e também deixava a rédea solta e assim o burro com maior tranquilade atravessava o rio, apenas se afirma e o burro ia tranquilo, pois, ela nadava, falou que é muito diferente dos  cavalos. Na época não tinha ponte e o transporte era feito tudo na costas dos burros, e também vencer as distancias era feita à cavalo e ou a pé. A sacaria era tocada de troca de tempos, ficava muito desgasta e perdia os produtos, então se dizia da roupa nova e tudo branca. Quando a tropa era muito grande caminhando por esses morros muitas vezes ficava “repejando” isto é, na frente da para se enxergava o fim da tropa dando voltas nos morros. Todo cuidado era pouco para não perder nenhum burro pelos caminhos. Tinha burro muito aporreado no dizer do Antônio que não queria caminhar, lembra que certa vez um burro derrubou 4 adolescentes numa encosta de morro, mas lembra muitas coisas bonitas desse tempo , que não volta mais.

As tropas de burros do Galvão e Navegantes (Claudir Eugênio e Ari de Brum)


 

As tropas de burros do Galvão e Navegantes

Histórias lembradas pelos moradores do rio Galvão, Claudir Eugênio e Ari de Brum lembram com saudades aqueles tempos das tropas de burros, que os donos de Armazéns: Casimiro Macagnan, Décio nhoatto, Guilherme Trombini, Fioravante Pavi, Antônio Finatto e os irmãos Tomás Portella e José Portella, faziam o comércio dos produtos agrícolas e com tropas de Mulas.  O Sebastião de Brum tropeava para o Antônio Finatto. O Carmelindo Eugenio pai do Claudir tropeava para o Balduino Bagatini. As tropas de burros eram de mais ou menos 25 burros naquela região. Com os burros os Comerciantes buscavam a produção nas lavouras acidentadas e montanhosas dessa região, e transportavam para o comercio e para os armazéns da cidade de Lajeado e Santa Cruz do Sul. A viagem para Lajeado e Santa Cruz demorava de 4 a 5 dias. Traziam de lá mercadorias, que na troca a troca por feijão, milho, trigo e etc. em troca traziam açúcar, café, sal, fazendas etc e tudo o que as pessoas necessitavam. Levavam muita coisa para lajeado, no porto. Eram embarcado no vapor tocado a fogo, esta mercadoria ia para Porto Alegre. O primeiro paradouro era em tamanduá, onde pernoitavam. No dia seguinte muito cedo preparavam tudo para chegar na praça em lajeado. Na frente da sempre ia o madrinheiro, e atrás por último era o tropeiro. Cada lote de burro sempre o madrinheiro para orientar o caminho, tropeio atrás para verificar se rasgava algum saco e ver se algum burro não se desviava do caminho.

Os burros sempre eram amarrados um no outro, nas cangalhas. No Galvão tinha dois ternos de burros, do Balduino Bagatini, que quando ia para Santa Cruz, dirigia-se com os dois conjuntos de burros, para levar mais carga. O burro da frente levava o cincero, que era um tipo de camapainha, isto se ouvia de longe, quando se aproximava das casa para buscar os produtos e facilitava de madrugada para prender os demais animais para coloca-los nas cangalhas, e facilitava para prender os demais. Principalmente que era uma invernada grande assim ajudava a localizar os demais. Disse o Eugênio que o burro de pernas listradas era muito difícil de domar e ficava muitas vezes caborteiro por natureza. No no Rio Fão havia a barca, e o burro não conseguia entrar de frente, tinha que se empurrado de frente para traz para embarcar, isto é coloca-lo de bunda. Esse transporte durou uns 40 anos de 1930 mais ou menos até 1970, quando começo os caminhões e abriram as estradas. Hoje ainda faz falta esse tipo de transporte aqui nessa região, pois, as estradas são muitos dobradas e não há condução que chegue nas lavouras.

A sacaria era branca, mas com o passar tempo ela escurecia. Cada burro carregava 120 kg, num saco grande, onde era divido ao meio 60kg de um lado direito  e 60 do outro lado esquerdo. Muitas vezes também os pais mandavam os filhos para o moinho a cavalo, e quando o saco caia era um martírio para criança colocar de volta o saco, ou pedir ajuda para alguém quando encontra pelo caminho. A sacaria era sempre por conta do dono do armazém. Também nessa época era muito comum encontrar pelas estradas tropas de gado, mas sempre nesses casos ia alguém a cavalo para avisar que era gado xucro e perigoso, esse gado era levado para o frigorifico de lajeado, e muitas vezes também era comercializado nas estradas.

Tropas de Burros de Burro Morto – Hoje são José do Herval –RS Nilo Parise


Tropas de Burros de Burro Morto – Hoje são José do Herval –RS   Nilo Parise

Os donos de tropas de burros em Burro morto eram: Zem e Companhia e Parise e Zem e a casa de Comercio era Zen e Parise. Possuiam a tropas de burros para abastecer o armazém e buscavam os produtos no interior, com umas 12 a 15 mulas e burros. O Troperio era o Honório Pessetto e Santo Pessetto. Carregavam 2 sacos de 60 kg no lombo dos burros e estes tinham que tropear para chegar no lugar. Na época os burros iam até o rio Fão carregando os produtos porque não tinha estrada. Também carregavam madeira que era serrada aqui na serra, e amontuavam lá no rio, formando verdadeiras balsas e esperavam o rio subir para que as águas levasse essa grande quantidade por rio até Porto Alegre. Também amarravam as torras bem amarradas para que fossem levadas da mesma forma até a capital para serem serradas lá. Levavam um tipo de produção ensacada e de lá traziam produtos que aqui não tinha, farinha, açúcar, tecido, linhas. Isto aconteceu por muito tempo nos anos vinte até por volta do ano 50. As tropas traziam os mantimentos que abastecia também os armazéns. Nilo Parise comprou um caminhão F 6, foi o primeiro motorista de Burro Morto (hoje são José do Herval), e começou a levar a produção até Lajeado onde demorava de 6 a 8 horas de viagem, disse que saía de madrugada e voltava por volta de meia-noite. O comercio de Burro Morto era muito forte, e os donos de armazéns eram: José Batista Zen, Zanotelli, Dartora e Pretto, que movimentavam o povoado de Burro Morto. Tinha semanas que puxavam as torras e depois  as carroças levavam a madeiras até  o rio Fão, e de lá quando vinha a enchente, faziam as balsas e estas levavam a madeira serrada até Porto Alegre. As serrarias eram movimentadas com água e a vapor. Os sacos eram de Algodão Branco de 60kg. Os burros  faziam os buracos no chão, de tanto transitar no mesmo local. O Preto quando percebeu que a sociedade estava mudando entrando os caminhos Ele foi para soledade, o Batista zen foi para lajeado e por lá colocou mercado e casa de comercio.

Tropas de Burros e Mulas e Burro Morto (Hoje são José do Herval -RS)


Tropas de burros (Santo Pessetto)

Os proprietários Francisco Zanotelli, Batista Zan, José Preto e Abel Dartora. Eles iam buscar os produtos nas roças do interior, para comercializar nos seus armazéns. Ensacava lá na roça a primeira vez e depois chegando em casa, trocavam de saco por menor de 60 kg. O Leonelo de Oliveira era o tropeiro antes de Santo Pessetto, que levava a produção para Lajeado ou para Vila Fão. Naquele tempo, uma viagem de burro até Lajeado demorava 3 dias. A primeira parada era no Barro Preto, e a 2º  parada  era na Vila Fão. Na Vila Fão tinha a barca, e os burros estavam todos amarados para não perder a carga. Um burro carregava 120 kg e levava até o Vila Fão ou até Lajeado. Estradas, não tinha era feita a picão. Cada agricultor dava 12 dias de trabalho por ano para cuidar  das estradas. O Santo Pesseto ia no moinho no Lajeado feio, ele acha que quem cuidada do moinho de lá era gente do Zanotelli, cuidavam deste emjenho. Colocava 2 burrinho na barca por vez para atravessar o rio e não afundar. Sempre levava um burro manso e outro xucro, pois este ia atrás do burro manso. Em 1955 o Santo Pessetto lembra que eram fortes as casas de comércio, naquela época. Levavam milho, feijão, trigo, cevada e outros e traziam querosene, sal, açúcar, tecido, calçados, tamancos, ferramentas. Era tempo mireis (dinheiro) 200 reis 500 etc, era o pouco de dinheiro que circulava na época. Santo Pessetto lembra que quando ia a escola no São Brás os trabalhadores, Vitório e João Rossi, puxavam madeira serrada para que na Vila Fão. Tinha duas serrarias naquela época em Burro Morto, dos Rampanelli e outra que não lembrou o nome. Aqui tinha só duas carroças de burros em Burro Morto. As estradas eram poucas e estreitas, para um terno de burro ou mula. O Nilo Parise foi o primeiro motorista do lugar, que apareceu em Burro Morto vindo de Putinga da Charqueada. Também colocou um deposito de bebida e fazia muitos refrigerantes para a população de Burro Morto, Fontoura Xavier etc. Depois que começou a entrar os caminhões e as carroças desapareseram. Santo Pessetto lembra que trabalhou dois anos para o Zanotelli, depois com o Batista Zen. Depois que saiu deste trabalho entrou no Zanotelli o Edinho. O produto vinha de São João da Jacutinga, Santa Lúcia, São Sebastião, Colônia Nova, Picada Vitória, 3 Pinheiros, Pitanga e outro lugares. Na frente da carroça vinha sempre o madrinhador e no final o santo colocava o sincero dar sinal que a tropa vinha toda junto e percebia logo que algo tinha acontecido. Era comum nesta época ir na frente o madrinhador puxando a tropa e na retaguarda o tropeiro que ficava atento a tudo que acontecia durante a viagem. Santo lembra que tinha burro que furava o saco para comer milho, então colocava um bornal. De manhã levantava bem cedo para prender os burros um por um e colocavam todos acolherados um atrás do outro, amarados nas cangalhas e estavam  prontos para sair para as picadas. A colheita é feita o ano inteiro, uns vendiam logo, outros guardavam no paiol para esperar preço. Santo lembra que só voltou para roça depois que casou, antes trabalhava um pouco aqui e um pouco ali, e também trabalhou em Santa Catarina para ajudar um irmão. Lembra que os colonos sempre davam um pouco de milho de feijão para ajudar na construção da Igreja, isso era colocado a parte e depois os comerciantes acertavam com o Frei Alfredo para ajudar na construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Santo Pessetto lembra que com o passar do tempo o Frei Teodósio, ia no interior fazer arrecadação e assim ele vendia  os produtos e recebiam o dinheiro para a Igreja. Pedro Nicolau foi o primeiro Comerciante de Burro Morto, após a sua morte entravam outros. Lembra o Santo Pessetto que nos domingos a praça enchia cavalos de gente que vinha do interior para as missas. A Igreja era de madeira onde tem o pavilhão (salão paroquial). Santo Lembra que trabalhava no comércio, e quando não tinha trabalho nos armazéns vinha prestar serviço na Igreja. Santo Pessetto gostava muito de ir em  Fontoura Xavier, lá tinha seus amigos Tafarrel onde o acolhiam  muito bem, e em  São José também acontecia a mesma coisa. O Frei Teodosio tinha um cavalo e um mula, depois ganhou um jeep para atender as comunidades. Quando saía de mula para as comunidades levantava as 3h da madrugada, para rezar missa. O Burro Morto tinha umas 12 a 15 casas, quando ele era guri, a 80 anos atrás. Lembra que os moradores colocavam um armazém, outro ferraria, outras atividades. Armando Colusi foi o primerio ferreiro deste lugar levantava às 4 horas da manhã para trabalhar, fazia todo tipo de ferramenta. O último ferreiro foi Santo Jacomole.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Poesias, versos, rimas, advinhações etc...


A poesia ficou enaltecida

Com poetas deste quilate

A letra estão maravilhosa

Com a contribuição de vossa parte.

 

Rodolfo Valentino

Morreu de dor de dente

Comendo rapadura

Sentado na patente.

 

No baile do sarapico

É um baile muito engraçado

Dança pobre e dança rico

Dança patrão, dança empregado.

 

No baile do comadó

Cambada de urubu

Vai tudo pelas conchina

Coloca esse baile fim.

 

Passa, passa passará

Quem de trás ficará

A porteira está aberta

Para quem quiser passar.

 

São João da calça branca

Quantos pães tem no forno

25 e um queimado

Quem foi que queimou

Foi o bico do latão

Arrafunga judeu, arrafunga judeu.

 

Meu chapéu tem três pontas

Três pontas tem meu chapéu

Se não tiver 3 pontas

Não é o meu chapéu.

 

Abril mapri

Mês que há de vir

Maio mamaio

Mês que descaio

Junho unho

Mês que ...

 

Levanta Maria que é dia

8 horas e o sol já raiou

Passarinho já fez o seu ninho

Na varanda do meu bangalô.

 

Meio-dia

Panela no fogo

Barriga vazia

Macaco torrado que vem da Bahia

Fazendo micagem para dona Maria.

 

Eu tenho um chapéu de palha

Que custou 1500

Quando boto na cabeça

Só me falta o casamento.

 

Coco pelalo

Caiu no melado

Quebrou uma perna

E ficou aleizado

Une dune té

Salamin mingue

Sorvete colore

O escolhido foi você.

 

Quando era pequenino

Não sabia fazer nada

Só, ia na cozinha

Roubar marmelada.

 

Sou pequeno de tamanho

E grande de sentimento

Aceita meus senhores

O meu cumprimento.

 

Batatinha quando nasce

Põe a rama pelo chão

O nêne quando dorme

Põe a mão no coração.

 

São joão trolo-ló trolo-ló

Quando toca gaita bate nela

Todos anjos aqui na terra

Tocam gaita trala-lá, gaita raita ta-la raita.

 

Saracura do Banhado

Pica pau do Mato grosso

A mulher do João pitanga

Tem catinga no pescoço.

 

Nana nêne

Nêne não quer durmir

Papai foi na roça

Mamãe logo vem.

 

Ciranda cirandinha

Vamos logo cirandar

O anel que tu me deste

Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinha

Era pouco e se acabou.

 

Uma velha muito velha

Fez xixi na canequinha

Foi contar para sua vizinha

Que era caldo de galinha.

 

Nabuco foi no mato

Caçar com a funda

Encontrou um macaco

Com o dedo na boca.  (nota cada um coloca o dedo onde quer)

 

Macaco está no mato

Está com medo de sair

Mete espora na taquara

Vai bater em taquari.

 

Vou deixar um risco branco

Quando deixar esse lugar

E pensava que nunca mais

As voltaria nesse local.

 

Terra de nanaia

Os olhos que te verão hoje

Amanhã com certeza

Não, os verão mais.

 

Meu cavalo zaino

Ele correu 15 carreira

Todas 15 ele ganhou

Oi que cavalo bom.

 

Meu boi barroso

Meu boi pitanga

O teu lugar é

Lá na canga.

 

Moreninha linda

Do meu bem querer...

 

Olha o dourado

Que bateu no espinhel...

 

Quando olhei a terra ardente

Nem um pé de plantação

Então eu disse meu deus do céu

Que tamanha judiação...

 

Fui no mato cortar lenha

E cortei o dedo do pé

Amarrei com fita verde

Cabelinho de Zezé.

 

Lá de trás daquele morro

Tem um pé de bananeira

Meu pai morreu de fome

Minha mãe de dor de barriga.

 

Adeus terra fumenta

Nunca mais verei tu

Criei ferrugem nos dentes

 Enfiei-me  no buraco do tatu.

 

Havia uma barata

Na careca do vovô

Assim que ela me viu

Bateu asas e voou.

 

Povo Novo das abobora

Arraial das melancias

Melão de barro vermelho

Batatas das alegrias.

 

Burros vão a Coimbra

Cavalos vem

Coimbra não pode dar

Sabedoria para quem não tem.

 

De onde vens?

Venho da Angola

Vou para o bar Nicola

Se você não puxar a pistola.

 

 

Era  uma casa muito engraçada

Não tinha teto não tinha nada

Ninguém podia entrar nela não

Por que a casa não tinha chão.

 

Vou me embora prenda minha

Tenho muito que  fazer

Tenho que ir para o rodeio

No campo do bem querer.

 

Ciranda  cirandinha

Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta

Meia volta vamos dar.

 

O anel que tu me deste

Era vidro e se quebrou

O anel que tu  me tinha

Era pouco e se acabou.

 

Atirei um pau no gato totó

Mas o gato totó não morreu

Dona chica ca ca admirou-se se

Do berro do berro, do berro  

que o gato deu. Miau

 

A carrocinha pegou

3 porquinho de uma vez

Tra-la-lá que a gente é essa

Tra-la-lá que gente há.

 

Meu amigo Joaquim bento

Você canta e não entoa

Se o contador fosse atento

De você em ganho a toa

 

Obrigado, obrigado

Quando mato o porco

Mando o rabo

Quando asso

Mande um pedaço

 

Vaca amarela

Cagou na panela

Três mexeu

E quatro lambeu

O primeiro que falar

Come toda a bosta dela.

 

Tema mais Deus para dar

Que o diabo para tirar

 

Coisa roubada

Volta para a estrada

 

Amigos poucos

Mas sinceros

 

Quem o alheiro veste

Na rua o despe.

Quem perde as cosias

Com o tempo perde tudo.

 

Mandei fazer um laço

De couro de jacaré

Prá laçar o boi barroso

E o cavalo pangaré

 

 

Sereno eu caio, caio

Sereno deixai cair

Sereno da madrugada

Não deixou meu bem dormir.

 

A camélia caiu do galho

Ficou tão triste

E depois morreu

Vem jardineira

Vem meu amor

Não fiques triste

Porque este mundo é todo teu

Tu é muito mais bonita

Que a camélia que morreu.

 

Mamãe eu quero

Mamãe eu quero

Mamãe eu quero mama

Da a chupeta dá a chupeta

Da a chupeta parar de chorar.

 

Cravo de jó

Jogaram cachambá

Tira e bota

Deixa o zé Pereira

que se vá

guerreiro com guerreiro

fazem, zigue, zigue, zá.

 

Um dois, feijão com arroz

Três quatro feijão no prato

Cinco seis fim do mês

Sete oito pão com biscoito

Nove e dez levante os pés.

 

A vechia cigola

Ghe perso ei denti

Con su istrumenti

La sona piu

 

Basa banqui

Esgrifa santi.

 

Rosso la cera

Bon tempo se spera.

 

Luma nova setembrina

Siete luna si induvina.

 

Oracin de la natina

Maria pechinina

Leva sul a matina

Primo fare e primo dire

Su la pietra de laqua santa

Banhar-e ben el viso

Para ndar nel paradiso.

 

Oracion de la note

Vago in leto

Com me angel perfecto

Só ndare e no so de levare

Ter gracie li voglio domandare

Confissione, comunione e olio santi.

 

 

Como potens galinarum conoscei

Pelos dentes

Galinarum no tienem dientes

Mas eu tenho.

 

Chi va drio ai altri no passa mai avanti.

Quando l’acqua toca el col se impara a noarse.

 

Manga questa ministra

Ou salta pela finestra.

 

A cachaça é primeira prima

O vinho é quem o primeiro irmão

Quem toma muita cachaça

Caí estendido no chão.

 

Cisco no olho

Repetir 3 vezes

Santa Lúcia passou com seu cavalinho

Comendo capim.

Virar a cabeça e guspir 3 vezes para trás.

 

Íngua na verilha

Amarrar a linha 16 preta no dedão do pé.

1 volta e dar 3 nós.

Pode colocar um saquinho de sal.

 

Íngua debaixo do braço

Amarrar linha 16 no dedão da mão.

 

Inguá

Estrelinha minha estrelina

Disse que seque ela

E vivas tu (repete 3 vezes.

 

Pulso aberto

Casca de imbira só a parte branca 3 a 4 dias fica bom.

 

Tá pior que a bandeira do Divino,

de casa em casa.

 

Oi meu Rio Grande

Caiú as calças

E fiquei só de Cuecas

Oi mio rio Grande

Casca le brague

Resta sol con le budande

 

Roseira branca

Cheia de flor

Botão de rosa

Do meu amor.

 

Torce retorce

Procuro mas não vejo

Não sei se era pulga

Ou se era percevejo.

 

Rosa Maria

De noite e de dia

O galo cantava

E a casa caía.

 

Mané romã

Tem três filhas pra casar

É mentira tem só uma

Essa, mesmo eu vou roubar.

 

Sou lá de fora

Sou laçador

Não pude laçar até agora

O meu amor

 

Cabelo loiro

Vai lá em casa pratear

Vai, vai cabelo loiro

Vai acabar de me matar

 

Uma  linda mariana

 Moça lá de fora

Um dia estranheis os carinhos delas

Eu disse adeus mariana que já vou embora.

 

Moça bonita

Vestida de chita

Saía rasgada

Calça remendada.

 

Terezinha de Jesus

Foi  a queda foi ao chão

Acodia 3 cavaleiros

Todos três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

O terceiro foi aquele

Que a Tereza deu a mão.

 

Lauro louro

Bota a faca

E tira o couro

 

Inchada morreu minha avó

Dr machado atendeu

E Ela foice...

 

Bom e barato

E na volpato

 

Vá e venha

Pela penha...

 

Casamento é uma loteria

Se, dá errado é uma porcaria.

 

É melhor andar de gavião

Com os dois pés no chão.

 

Oremos, oremos

Para beber nós temos.

 

Chumbo de rebusca

Não mata mas assusta

 

Nato nato

Fa mal le cutate

 

Casa germinada

É uma casa grudada na outra.

 

Quando trona na culandra

Tompesta ou merda.

 

Trabalho de domingo

Entra pela porta e saí

Pela janela.

 

Vitor Frank

A minha mente é valente, forte e dedicada por isso elimina...

 

Ter, poder, e prazer.

Coisas que o homem gosta.

Pressão alta é sistólica

Pressão baixa diastólica.

 

12 kg de uva

Para fazer 5 litros de vinho.

 

Ditos populares

Tre mui e una cavala (três burros e um cavalo)

Aromai semo del gato ( A pessoa sem força)

Persona vechia,malatia nuova.  Pessoa velha, doença nova).

Para acordar na hora marcada de  (madruga)

Santa Ana e Santa Bebiana

Uma me acorda

E a outra me chama.

 

Dia 2 de dezembro dia de santa Bebiana

Se não chover neste dia é sinal de 40 dias de seca e mais uma semana.

Dia 29 é dia setembro dia de São Miguel, se não chover neste dia é sinal de seca.

 

Esparagna que la gata la magna

Quem popa o gato come.

 

No tempo do mireis, passava a bandeira e diziam.

Pouco dão, pouco dão

Tustão, tustão

 

Costura teu pano

Que dura mais um ano

Volta costurar

Que volta a durar.

 

Dinheiro achado

Não é roubado

Quem perdeu

É ralachado

 

Lua nova de são Clemente Onipotente

Faze  essa semente crescer

Com cresce na crescente.

 

Chuva na terra

Serração na serra.

Ser Cristão é fortalecer a boa semente.

O Sol brilha para todos. Mas a sombra aparece para quem merece.

Pedir a Jesus que entre no teu coração

Depois agradecer por ter entrado.

Olha que não vai.

Boca ti, boca mi   (Quando as criancinhas não queriam comer, as mães diziam.)

Boca cam.  am.

 

Botozela 500 a 1000, 1500, 2000 litro

Bordalesa 200 litros

Barril 100litros

Oitavo 50litro

Decimo 40litro

Corote 10litros 5litros 1litro.

Simpatia para curar a dor das costas e outras dores

Dar 3 nós para um lado, e 3 para outro. Começar de um ponto e daí um pouco para o lado, e dar 3 para o outro.

 

Simpatia para espantar os insetos

Fazer o sinal da cruz nos três cantos da propriedade ou da casa

Deixar um livre, fazendo ajoelhado para espantar os insetos.

 

Chuchu porongo

Quando é verde é chuchu, quando amadurece vira porongo.

 

Matar o cupim

10 litros de disell

1 de querosene

Limpar bem e passar bem, nunca mais volta o cupim

Para o fígado

Tomar chá de salvia

Laranja e buscopan liquido.

 

Olho vivo, faro fino.

Mais apressado que cavalo de carreira

Mordida de porco e cachorro: Colocar encima mamica de cadela por 3 ou 5 minutos e depois ir trocando a casca.

Alho poró é bom para tirar a berruga, passar 3 vezes ao dia.

Para ir aos pés, comer 10 folhas de alface todos os dias.

Arco-ires e sinal de pouca chuva.

Não lavar a faca com água quente, pois ela tira o fio.

Para queimadura, açúcar mascavo e água normal.

 

Jorno dei santi ten para tuti quanti.  (dia dos santos tem para todos)

Jorno dei morti gná fina ei porqui.      (dias dos mortos dá até para os porcos)

Plantar no dia de todos os Santos, tem para todos quantos

Dia de finados tem até para os porcos.

 

Val pi un assino vivo che un dotor morto.

Versinhos

Boi carambola

Pulou a cerca

Perdeu as bolas

No lambe lambe do lusco fusco a vida ocorre.

 

Diferença da mulher e do machado

O machado precisa muitos talhos para derrubar um pau

A mulher só com um talho derruba muitos paus.

Café é pão até no inferno dão

Café sem açúcar até louco toma

Carão é levar o forarota

Calavera é logrador

Rotativa é carne cozida

A mão é carne assada

Chuva de verão é sorte de que tem.

Piova de estar benedeto che la gha.

Mais extraviado que filho de perdiz.

 

Caval di culate storta no scoreza

Cavalo de bunda torta não peida.

 

Pluviômetro capta agua da chuva, um milímetro corresponde a 1 litro.

 

El sole se leva par tuti.

Impara l’ arte e métela da parte.

Val pi la pratica, che la gramatica.

Chi va pian va lontan; chi va forte va ‘la morte.

Soldi e bote no torna pí indrio.

De aria no se vive.

Chi va a l’ osto el perde el posto

Saco vodo no sta in pié.

O magna sta ministra o salta sta finestra.

Beati i ultimi se i primi ga creanza.

 

 

Quando sair de casa

Em Nome de nosso Senhor Jesus

 Entrego-te essa casa em tuas mãos

 

Ai ai

Polenta e formai

Radichi sem sai

 

Moça na porta

E que nem

Cabrita na horta

 

Olho birilho

É o olho do caolho.

 

Inquieto e irrequieto o cão

Viu o gato e ficou desinquieto

No revesgueio da vida

Que as coisas acontecem

 

Mariazina inha inha

Do bole bole

Perninha lisa

Bochecha mole

 

No lusco fusco

do lambe lambe

Do leco leco

Tudo certo

 

Algo impossível

De cabo de esquadro

Que não leva nada

A lugar nehum.

 

A carochinha

Estórias pequeninas

Que as vovós  contam

Pra manter atenção

 

Ari pistola

E o que dizem

Algo que aponta

Sempre prá mim.

 

Se foi a gata com a cinta.

Agora tudo se foi.

 

Dinheiro achado

Não é roubado

Quem perdeu

É ralachado.

 

Quem sabe sabe, e quem não sabe se sacode.

 

Simpatia para tirar o cisco do olho.

Santa Lúcia passou com seu cavalinho comedo capim.  Vire a cabeça e guspa 3 vezes para traz.

 

Benzedura de Sol

Nossa Senhora quando no mundo andou, muito sol na cabeça dela entrou. Com que tiraria, com um pano lavado e um copo de água fria. Em nome de Deus e da Virgem Maria. Deve fazer durante 3 dias . Fazer quando tem sol.

 

Tirar o Sol da cabeça

Colocar agua quente numa garrafa, e amarrar um pano na ponta, para não vazar então começa a tirar o Sol. Quando a água não ferve mais então está bom. No poente joga a água e desce o sol. Jesus, faça que a água leve embora a doença. E quando jogar a água faça o sinal da cruz.

 

Semente

Para quebrar a dormência um dia no congelador e ½ dia fora. E após pode plantar.

A motuca tira o boi do mato.

O boi lerdo toma água suja.

Cabra manca não tem cesta.

 

Formaio no ghe taio

Puina poquetina

Escolo fin el colo

 

Se chover no dia 1 do ano não faz seca no ano.

 

Céu pedrento

Chuva ou vento

 

Nublen a pecorelle

Piove a cantarelle

 

Oração de São Bento

Para que não roubem o carro, pessoas que não sejam atadas pelos bandidos, coloque um bilhete dentro do carro que proteja o carro a casa, as pessoas por fora e por dentro.

 

Santa Barbara e São Simão

Livrai-nos do raio e do trovão.

 

Del fulmine dela tompesta   (do raio e da tormenta)

Critério para definir quando caí a Pascoa:

O Domingo da Páscoa (acontece no primeiro domingo da primeira lua cheia de outono) é como se fosse o prolongamento da vigília pascal do sábado à noite.

 

Livrai-nos dominun.                (livrai-nos Senhor)

Le meglio un sonoro vivo che un doctore morto,

Nuvem de pão, não chove hoje chove amanhã.

Casca de urtigão é bom para a picada de insetos.

 

De matina colacion.    De manhã café.

De mesdi disnar.        Meio dia almoço

De cera maradim.      De tarde merenda

De note cena.              Á noite jantar.

 

Mama mi go fame          

Magna corame

Corame sá

Magna bacalá

Bacalá  l’e secco

Nagna el beco

El beco surua...

 

Piova de sta

Benedeto chi lá gha

Chuvas de verão,

Agradecidos os que a tem.

 

Me pare e me mare me manda segare

La false  no taia

La piera nom guccia

Me incuccio anca mi

 

Homo: húmus

Fama: fumus

Fenis: cinis

 

Vita de miquelaço

Magner  i bevere

I ndar i spaço

 

Milho verde

Moranga assada

E a comida

Da gurizada.

 

Onde há milho

Há gorgulho

Onde há gurizada

Há barulho.

 

São benedito

Saão benedito

Não come nem bebe

Está sempre gordito.

 

Mostrar dinheiro

Deus te salve  lua nova

Deus te lua crescente

Peço quando voltares

Me dê bastante

 Dessa semente. (Que é o dinheiro)

Maio é uma aventura

Mal amanhece

Já é noite escura

 

Se é de cam caimi

Se é de bu buchexa

No samba das tiriricas

Pimenta, pipoca pitanga e pita.

Vou ensinar a letra

Vou ensinar a letra

Vou ensinar a letra

Vou perguntar a letra.

 

História da Falecida Adele Corbellini ensinou para o filho Arnaldo Corbellini

Quem pegou o toucinho aqui na mesa?

Foi o gato.

Onde está o gato?

Está no mato.

Onde está o mato?

O fogo queimou.

Onde está o Fogo?

A água apagou.

Onde está a água?

O boi bebeu.

Onde está o boi?

Está moendo o trigo?

Cadê o trigo?

A galinha comeu?

Onde está a Galinha?

Está pondo ovo.

Cadê o ovo?

O frade comeu.

Onde está o frade?

Está rezando missa.

Onde está a missa?

A missa acabou no nariz do teu avô.

 

“É um dia, quando souberes

Que este gaúcho morreu,

Nalgum livro serás eu

E nesse novo viver

Eu somente quero ser

A mais apagada imagem

Deste rio grande selvagem

Que até morto hei de querer”

Jaime Caetano Braun

 

Vino vinarello

Te sei fiol da la ganba storta

Te fei palar la gente per forza

Tei darei una bruta condena.

Rento pelo boca

E fora pela cana.

 

Chi sito ti?

Quem é você?

 

 

Signa recomendo

Eldio la madona

Me jutarei

Rezar ave –maria

 

Chaga aberta Senhor

Jesus Cristo

Coração ferido

Caminhai-me, livrai-me de todos

Os perigos amém.

Reza um pai –nosso.

 

Rento pela boca

E fora pela cana.

 

Bone feste

Bone minestre

Boas festa. Boas Comidas.

 

Nuble a pecorelle   (nuvem de lã de ovelha)

Piove a cantarelle   (chuva torrencial)

Quando o menino se arranhava e chorava ao ver sangue,

Eh, no te vien mia fora le buele!

As mentiras tem as pernas curtas:

Il diavolo insegna far le pignate ma no i querci.

Quando o menino fazia alguma travessura:

A te metoró a leto com i calcagni par de drio. A te ciapo sul fil de la polenta.

Quando o filho resmungava pela comida.

Magné e tasi, ou polenta e lateingrassa le culate. A te ciapo sul fil de la polenta.

 

Vita de Nicolasso.

Mangnar e bevere

E ndar en spacio

 

Vida de Nicolau

Comer e beber

E andar de passeando.

 

Manoel da coxilia seca

A barbinha no buraco

A viola com o papo

Renato canalha

Regresso a calha

Juiz de jaqueta

Te mete a caneta

 

Renato ingrato

Vou te enterrar de sapato

Renato padilha

Que vou fazer com nossa mobília

 

Mi no la toto

No la moi

Fa te la voi

 

Chuta ti nini

Ti ghe le bicanque nove

 

 Una volta ghera un homo

Se no voleva a min

Andeva de volta

Uma vez tinha um homem

Se não vinha a mim

devia voltar.

 

 

Amare el próximo

Mas  no  el café.

 

Era um vez

Um gato chinês

Quer que eu  conte

Outra vez...

Se a pessoa quer você repete assim quantas vezes ela deseja. É para criança

 

Encontros que marcam

Momentos de vida

Saudades que ficam

Numa despedida

 

Conviver partilhando

Na simplicidade

Cultivando sentimentos

De amor e amizade

 

Conviver partilhando a vida

Dentro do compromisso

Com amor vamos andar

Unidos com Cristo.

 

As mocinhas da cidade

São bonitas e dançam bem

Eu dancei com uma linda moreninha

E já fiquei querendo bem

Num encontro ocorrido numa cidade grande, as mocinhas chegaram bem  atrasadas, e o animador do encontro cantou assim:

As mocinhas da colônia

São bonitas e sem-vergonha

Dancei uma vez com uma coloninha

E já fez passar vergonha.

 

Acalanto de São Pedro

Acordei de madrugada

Fui varrer a Conceição

Encontrei Nossa Senhora

Com dois livrinhos na mão

 

Eu pedi um para ela

Ela me disse que não

Eu tornei a lhe pedir

Ela me deu um cordão

 

Numa ponta tinha São Pedro

Na outra tinha são João

No meio tinha um letreiro

Da virgem da Conceição.

 

Nossa Senhora do Rosário

Mãe do bem e da verdade

Defendei-nos da maldade

Que o demônio nunca vença

Livrai-nos dos perigos

Livrai-nos dos inimigos

Que nos querem fazer o mal

Vos que fostes Aparecida. Amém

 

Se o passarinho soubesse

O dia da N. Sra da Conceição

Não colocaria o pezinho fora do ninho

E não colocaria seu biquinho no chão

 

 

Quem foi que te tosquiou

Que só as orelha te deixou

 

Ai ai polenta e formai

Radichi gonsai

Salami picai

Boni de magnai

 

De onde vens

Para onde vais

Venho da Angola

Vou para o café Nicola

Vou deste mundo para outro

Se disparar esta pistola

Sentimento imenso de dor

Enquanto sou seu aluno

Você é meu professor

Cura essa doença

Tomando um calma dor

 

Potro firme no palanque

Chapéu seguro no barbicacho

Lenço só  ato no pescoço

De um índio muito macho.

 

Prefiro chumbo na cara

Do que vento pelas costas.

 

Um casal estava almoçando

 e lá pelas tanta alguém disse;

 aos que estavam servido?

Eu e minha mulher estamos satisfeitos

 e mais quem vergonha tiver.

 Todos pararam e ninguém mais comia.

 Este fato se refletiu muitas vezes,

 até que ele pensou e disse:

 almoçamos tudo que for servido

e outo tanto que tiver.  

 Miguel Barroco

 

Não chores, meu filho

Não chores, que a vida

É luta renhida

Viver é lutar

A vida é combate

Que os fracos abate

Que os fortes, os bravos

Só pode exaltar.

 

Adeus ano velho

Feliz ano novo

Que tudo se realize

No ano que vai nascer

Muita alegria na vida

Saúde e paz prá você.

 

Para pensar?

Um gavião sentado num galho de árvore observou.

Ao passar um bando de pombas disse:

Adeus minhas cem pombas

Cem pombas não somos nós

Outras tantas quantos nós e

E a quarta parte de nós

Comigo meu gavião, cem pombas somos nós.

Quantos somos?

 

Noite de Reis

Agora mesmo noi  cheguemos, agora mesmo nós cheguemos na beira do seu terreno.

1 Para tocare e cantare.  Licença peço primeiro

2 Os três que foram santos.  Se puseram a caminhar.

3 Procurando Jesus Cristo. E em Belém foram achar

4 Fomos guiados por uma estrela. Que nasceu no Oriente

5 Para acordar quem está dormindo. E alegrar quem está doente.

6 O senhor dono da casa. Está com a mão na fechadura.

7 O senhor sabe quantos custa. Caminhar de noite escura.

8 O senhor dono da casa. Não se faça de rogado.

9 Venha nos abrir a porta. O nosso terno está cansado.

Todos

Viva o cravo e viva a rosa. E a flor de sua família

Despedida

A: Pelos reis que vós nos destes. Fica muito agradecido

B: Lá no céu vos há de achar. Uma cadeira florescida.

A: Para sentar-se o dono da casa. Com toda a sua família

B: Boa noite meus senhores. Boa noite e passe bem

Todos: O nosso terno se despede. Voltara o ano que vem.

 

Sete anos te reguei

Nem um fruto comi

Os frutos que tu deres

Prendam todas aqui

 

Canicero con su carne

Dura nel alma

Y usted va matarme

Y que quiere que le aga

Si a tí me la vende de nada

Es mas ouro que un palo tambien

Comalo usted, oveza va acer

Una joven clienta, arecien casada

Me decia, carniceiro usted robô

Mi esposa, oviera comer

Carne de vaca, y usted um gueso

Duro me vendió

 

Dolore di pansa

Quando il singnor

a dato il dolore

 dela vergine maria

Che la vague via

 

Quem é o doutor?

Doutor é um burro,

carregado de livros.

Eu que não sou doutor,

me encho de livros.