sábado, 23 de maio de 2015

As tropas de burros do Galvão e Navegantes (Claudir Eugênio e Ari de Brum)


 

As tropas de burros do Galvão e Navegantes

Histórias lembradas pelos moradores do rio Galvão, Claudir Eugênio e Ari de Brum lembram com saudades aqueles tempos das tropas de burros, que os donos de Armazéns: Casimiro Macagnan, Décio nhoatto, Guilherme Trombini, Fioravante Pavi, Antônio Finatto e os irmãos Tomás Portella e José Portella, faziam o comércio dos produtos agrícolas e com tropas de Mulas.  O Sebastião de Brum tropeava para o Antônio Finatto. O Carmelindo Eugenio pai do Claudir tropeava para o Balduino Bagatini. As tropas de burros eram de mais ou menos 25 burros naquela região. Com os burros os Comerciantes buscavam a produção nas lavouras acidentadas e montanhosas dessa região, e transportavam para o comercio e para os armazéns da cidade de Lajeado e Santa Cruz do Sul. A viagem para Lajeado e Santa Cruz demorava de 4 a 5 dias. Traziam de lá mercadorias, que na troca a troca por feijão, milho, trigo e etc. em troca traziam açúcar, café, sal, fazendas etc e tudo o que as pessoas necessitavam. Levavam muita coisa para lajeado, no porto. Eram embarcado no vapor tocado a fogo, esta mercadoria ia para Porto Alegre. O primeiro paradouro era em tamanduá, onde pernoitavam. No dia seguinte muito cedo preparavam tudo para chegar na praça em lajeado. Na frente da sempre ia o madrinheiro, e atrás por último era o tropeiro. Cada lote de burro sempre o madrinheiro para orientar o caminho, tropeio atrás para verificar se rasgava algum saco e ver se algum burro não se desviava do caminho.

Os burros sempre eram amarrados um no outro, nas cangalhas. No Galvão tinha dois ternos de burros, do Balduino Bagatini, que quando ia para Santa Cruz, dirigia-se com os dois conjuntos de burros, para levar mais carga. O burro da frente levava o cincero, que era um tipo de camapainha, isto se ouvia de longe, quando se aproximava das casa para buscar os produtos e facilitava de madrugada para prender os demais animais para coloca-los nas cangalhas, e facilitava para prender os demais. Principalmente que era uma invernada grande assim ajudava a localizar os demais. Disse o Eugênio que o burro de pernas listradas era muito difícil de domar e ficava muitas vezes caborteiro por natureza. No no Rio Fão havia a barca, e o burro não conseguia entrar de frente, tinha que se empurrado de frente para traz para embarcar, isto é coloca-lo de bunda. Esse transporte durou uns 40 anos de 1930 mais ou menos até 1970, quando começo os caminhões e abriram as estradas. Hoje ainda faz falta esse tipo de transporte aqui nessa região, pois, as estradas são muitos dobradas e não há condução que chegue nas lavouras.

A sacaria era branca, mas com o passar tempo ela escurecia. Cada burro carregava 120 kg, num saco grande, onde era divido ao meio 60kg de um lado direito  e 60 do outro lado esquerdo. Muitas vezes também os pais mandavam os filhos para o moinho a cavalo, e quando o saco caia era um martírio para criança colocar de volta o saco, ou pedir ajuda para alguém quando encontra pelo caminho. A sacaria era sempre por conta do dono do armazém. Também nessa época era muito comum encontrar pelas estradas tropas de gado, mas sempre nesses casos ia alguém a cavalo para avisar que era gado xucro e perigoso, esse gado era levado para o frigorifico de lajeado, e muitas vezes também era comercializado nas estradas.

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