Vida de Armando Corbellini
Detalhes de Norma C.C.
Corbellini Zanatta Arnaldo Corbellini e Ibanor Corbellini
Irmão Primo Armando Corbellini,
conhecido por irmão Pacômio, Irmão Cordeiro e Armando Corbellini. Filho de
Imerio Corbellini e Esterina Notari, natural de Garibaldi – RS, Linha Alencar
Araripe (interior de Garibaldi- RS). Tinha outros irmãos por parte de mãe: 2º
casamento de Imério Corbellini e Esterina Notari: Irene, Armando e Irino. Do 1º
casamento Imério Corbellini e Catarina Vedovatto por parte de pai eram os
seguintes: Luiz, Antônio, Maria, Batista Primo, Anibal, Alberto, Eduardo, Rosa,
Teresinha e Adelaide.
Falecido e sepultado no Rio de Janeiro em
1996, participaram do sepultamento a Dulce Polita sua sobrinha e outros
familiares de Guaporé. Foi professor do
guerrilheiro Jonas Zabinbi em Moçambique.
Mas quem era o presidente e do país era Samora Machel. Os negros tinham
raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 os negros queriam enforcar o Irmão
Armando Corbellini em praça pública. Então
os alunos do Irmão Armando, contaram para Ele que seria enforcado. O colégio
dos maristas estava cercado de policias com metralhadores e tanques.
Irmão Armando pegou todos os seus
documentos e disse que iria fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do
colégio e outros irmãos e que iria para o aeroporto. O diretor disse, para onde tu vais? Apenas
respondeu que ia fugir. No aeroporto ele foi num pequeno avião para Rodézia,
país vizinho, e como lá não consegui pousar, teve que regressar para Moçambique
e ao chegar os policiais o prenderam. Foi preso no campo de concentração, onde
tinha, cobras, ratos e só comia farinha de mandioca molhada com água. Os
porteiros do campo de concentração eram os próprios alunos. Eles diziam foge
professor Cordeiro, ele respondia. Como vou fugir se aqui estou preso. Os
alunos combinaram que certo dia depois de muito tempo de prisão às 4h da manhã
abriram o portão e o professor Pacômio,
embarcava num Jeep a fronteira com a Rodesia. Somente o porteiro sabia,
o outro que conduzia o jeep, não sabia do que se tratava, e resolveu perguntar
onde vais professor Pacômio. O Irmão
respondeu que iria caçar. Em Moçambique quem trabalhava eram as mulheres, pois
os homens ficavam apenas caçando, pegando borboletas e insetos, frutas para
comer. No campo de concentração deixou escrita essa poesia:
Sinto que morro lentamente à fome
O corpo treme sou uma chaga e dor
Sangra-me as mãos e os pés sinto
torpor
Sinto a agonia que me roe e
consome
A noite é longa e cruelmente
insone,
Gemem fantasmas entre as trevas,
horror!!
Correm insetos em meu corpo e o
ardor
Gera um inferno sem igual sem
morre.
Tornei-me um verme da crueldade
humana
Meu corpo nú marcado pela
violência
Goteja o sangue de uma vingança
insana...
Não peço aos homens nem perdão ou
clemência
Ao Deus que tudo vê e nada engana
Proclamo a minha fé a minha
inocência
No campo de
concentração do Dando – Moçambique 13 de setembro de 1975
Irmão Cordeiro caminhava durante
o dia, e a noite ele dormia em cima de árvores, para se defender do ataque das
feras, tomava água do orvalho, isso até chegar no pais vizinho da Rodezia. Na
Rodezia tomou o avião e depois de muitas dificuldades chegou a Portugal. Ao
chegar deparou-se com uma guerra civil onde não podia desembarcar. Depois deram
permissão e ele foi até a casa dos Irmãos Maristas de Portugal, que o acolheram
dando-lhe roupas e comida e o que precisava.
Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou ao Brasil e se fixou
na província do Rio de Janeiro, na Tijuca. Onde passou a trabalhar colocando os
refugiados e que saíram de Moçambique e se refugiavam no Brasil, dando-lhes um
lugar mais seguro e condições de emprego e condições de começar nova vida.
Irmão Cordeiro era um exímio jogador
de Bademinton e provavelmente foi o primeiro a trazer para
o Brasil esse esporte da África que era jogado pelos ingleses. Jogo esse que se
joga com uma raquete e bola de tênis e outro adversário é uma parede, a bolinha
bate e volta para que o jogador não a deixe cair.
No Brasil, todos os anos
retornava, para os pagos no Rio Grande do Sul para visitar os parentes e
amigos, os irmãos Maristas de Garibaldi etc. Contava com alegria as histórias
de Moçambique e chorava ao ver as mesas cheias de comida. Gostava de comer
milho verde, figos , uva (pois retornava sempre na época da safra da uva), e
almoçava sempre na casa dos parentes. Irmão Armando Corbellini faleceu no Rio
de Janeiro no ano de 1996. Durante o tempo que frei Paulo F Zanatta esteve
participando do Curso de Espiritualidade franciscana (Cefepal), Irmão Armando o
visitou diversas vezes e convidou frei Paulo para celebra missa, na casa dos
Irmãos Marista na Tijuca, no seminário São José, e para conhecer o Rio de
Janeiro. Lá frei Paulo viu uma sala de trabalho do Irmão Armando com fotos da África,
saltando de paraquedas, com os cachorros amestrados e etc. Frei Paulo lembrou
ainda que Irmão Armando Corbellini fez uma vista no tempo de férias em Belém
Novo, na Paróquia Nossa Senhora de Belém, era um dia muito calor insuportável,
e deu uma crise de asma, foi muito difícil de passar. O frei ficou muito
preocupado, pensava que deveria baixa-ló no hospital, pois pensava que iria
morrer. Outra lembrança que frei Paulo recorda no tempo ginasial no colégio
Santo Antônio de Garibaldi, cada 2 a 3 anos aparecia o Irmão Armando
Corbellini, de batina, com uma sacola e um dente de marfim dos elefantes da
África, ficava uns dias pela volta dando palestras e motivando os alunos para a
vida religiosa. Ainda lembro que Ele convidou-me muitas vezes para ser Irmão
Marista. Um dia respondia a Ele que queria ser Franciscano seguidor dos passos
de São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro também trabalho com meninos de
rua. Ainda hoje há gente que lembra do Irmão Armando Corbellini, pela sua rigidez
na educação em Santa Maria, por exemplo: o médico Plinio Desconzi, foi interno
do marista e lembra da sua figura e da sua dedicação.
Levantava de madrugada, e
caminhava até a linha Araripe. Lá ajudava a apanhar a uva e visitava os
parentes Corbellini, durante alguns dias que permanecia em férias. Visitava sua
Irmã Irene Corbellini em Guaporé e outros lugares, sempre visitando parentes,
em Curitiba era seu Irmão Irino Corbellini, Lajeado visitava sua dentista
Rosane Vogt, e outras casas de familiares e parentes. Um dia estava em
Garibaldi, e deu uma crise de asma muito grande, na casa de Lurdes Brugalli
Corbellini, ela queria baixa-ló no hospital São Pedro de Garibaldi, mas o Irmão
Armando não quis. Em Garibaldi ele gostava de parar na Casa de Ibanor e Anita
Corbellini, Luiz e Norma Corbellini Zanatta, Imério e Lurdes Corbellini, em
Guaporé na casa da Irmã Irene Corbellini, na casa do seu irmão Irino Stefano
Corbellini, na casa dos irmãos maristas etc.. Irmão Armando disse que tinha uma
irmã e ela casou-se com um índio, e todos os anos a visitava, Ela era filha da
avó Esterina Notari Corbellini. Quando a
avó Esterina Notari Corbellini ficou viúva casou-se pela segunda vez com o
bisavô Imério Corbellini, que também era viúvo da falecida Catarina Vedovatto.
Os filhos do bisavô Imério Corbellini, colocaram tudo fora e tiveram que morar
de aluguel. Esses filhos do Imério não eram filhos de Esterina, pois eram
madrasta destes filhos, e o local onde residiam é hoje há a loja de Ricardo Aliatti
era o hotel Corbellini. Os filhos de Esterina Notari, entravam com os dedos na
comida, fato que deixava muito braba. Na época não tinha tantos talheres como
há hoje em todas as casas, e eles usavam desta prática, pois para se alimentar
usavam as mão, fato que muita gente não gosta, mas era comum na época. Outro fato
que destacou-se foi a visita de Anibal Corbellini depois de muitos anos morando
em Anta Gorda – RS. Após muitos anos de ausência
da casa paterna, um belo dia resolveu fazer uma visita. Como tinha passado
muitos as pessoas mudam de fisionomia Ele voltou e não foi reconhecido, também
não disse quem era e as novas gerações no o reconheceram, foi-se embora sem
dizer quem ele era. Fato que foi lembrado pelos parentes que o conheciam, mais
tarde. A casa (antigo cortume) hoje
situada em Garibaldi, propriedade do Gesuino Malvessi era de Luiz Corbellini e
Irmão mais velho do Irmão Armando Corbellini que eram o filhos mais velho do
Imerio Corbellini e Catarina Vedovatto. Um outro filho chamado Antônio era uma
pessoa muito boa, mas quando abria a boca para rir parecia uma gamela de tão
grande (fato relatado por uma pessoa o conheceu).
O motivo que os Corbellini foram
morar em Sério é o seguinte: O Imério
tinha muitos filhos lá na Linha Alencar Araripe e os que iam casando, deixam o
lugar, recebiam uma ajuda para começar vida nova. Um dos filhos João Batista Corbellini casado
com Adele Branchi saiu de carroça para sério. Foi Morar em 7 de setembro,
depois que os frei Tiago (franciscano) disseram que iria se tornar paróquia,
então todos eles foram para Sério (relato de Arnaldo Corbellini). Outro irmão
de Luiz Corbellini também fizeram a mesma coisa a exemplo do Batista, Anibal,
Paulo, as Irmãs Adelaide, Teresinha etc. O que permaneceu na casa paterna do
falecido Imério foi o Eduardo Corbellini, foi comprando a parte dos outros
irmãos que casavam e saíam de casa. O mesmo fato ocorreu com Eduardo Corbellini
e Palmira Aime Corbellini, os filhos deste casal também foram casando e
recebendo sua herança e assim constituindo família em outro lugar. O ultimo
filho Imério casou-se com Lurdes Brugalli, vindo o Imério a falecer a Lurdes
ficou dona da propriedade e residindo lá nesse lugar até os dias atuais. O Pai
de Frei Lucas Corbellini, João Batista Corbellini e a mãe Adelle Branchi, Paulo
Corbellini e Adele Ficagna, aconteceu também a mesma história. Os filhos iam casando-se e recebiam uma herança para começar
vida nova em outros lugar, pertos dos pais ou em outro lugar, pois a
propriedade se tornava pequena para tanta gente usar da terra, isso é reforma
agrária. Outros conseguiam uma outra profissão para trabalhar e assim ganhar a
vida. Aconteceu com o primo, Severino
Corbellini, também foi morar em Porongo, ao lado de Sério para ficar perto dos
parentes. Em Sério eles compraram terras de Alberto Sério, que era também de
Garibaldi (Armando Peterlongo) que possuía estabelecimento de bebidas. O nome
de Sério derivou de Alberto Sério, ou de Armando Sério que também era de origem
de Garibaldi . O João Batista Corbellini para construir a sua casa carregava as
madeiras amarradas nos cargueiros das mulas e assim as conduzia no local onde
construiu o seu lar. As madeiras eram
serradas na madeireira de Abraão Kenipoff, onde possuía um engenho. Arnaldo
Corbellini, ainda lembra, que deu uma peste de ratos, pois não podiam salvar
nada, nem as batatas doces das roças, e
a Norma C.C.Corbellini, recordou que foi pelo ano de 1937, quando tinha 12 anos
de idade. Fatos esses lembrados na praia Rainha do Mar e Garibaldi – RS.