domingo, 10 de abril de 2016

A revolução Constitucionaliesta de 1932


 A Revolução Constitucionalista de 1932 no Rio Grande do Sul: O Combate do Fão em Municípios de Fontoura Xavier, Pouso Novo e Progresso

 

por Luís Fernando da Silva Laroque e Janaíne Trombini

 

 

Sobre o autor  (2)

 

Sobre a autora  (1)

 

 1 INTRODUÇÃO

 

A Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada em São Paulo contra o governo brasileiro de Getúlio Vargas e pela demora de uma Constituição, teve o apoio também de outros Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Um desses episódios em apoio da causa paulista em solo gaúcho ficou conhecido como Combate do Fão, em regiões que atualmente pertencem aos municípios de Fontoura Xavier, Pouso Novo e Progresso. O tema proposto neste artigo tem como recorte temporal o marco inicial da Revolução Constitucionalista em São Paulo iniciada em julho de 1932 e final o mês de outubro de 1932 por ser quando deu-se o término do movimento. A delimitação espacial do estudo é o Estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente o município de Fontoura Xavier, na localidade de Barra do Dudulha, por ter sido a área onde aconteceu o Combate do Fão. O referencial teórico para pesquisa baseou-se em autores como Revel (1988), Falcon (1997) e Ribeiro Júnior (2001), bem como recorreu-se à metodologia da História Oral por meio de entrevistas.

 

 2 OS ANTESCENDESTES DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA

 

O Brasil, entre os anos de 1924 a 1932, deparou-se com fatores históricos que propiciaram a a Revolução Constitucionalista de 1932 e o Combate do Fão. O conceito de revolução utilizado neste artigo deve ser entendido na concepção proposta por Ribeiro Júnior (2001; 300) conforme segue:

 

 [...] o povo tem o direito de intervir nos delitos governamentais e as forças revolucionárias, por sua vez, devem assumir o poder para construir uma nova autoridade dentro do estado. A resistência ativa e passiva não e só direito, mas sim dever do cidadão. O governante ao decidir sobre sua legitimidade pode estar sujeito à resistências inclusive enfrentando violência. A revolução é uma transformação radical, mais fundamental, e tem mais probabilidade de incluir a participação do povo.

 

Dentre os acontecimentos no Brasil que antecederam a Revolução Constitucionalista inicialmente apontamos a Primeira Guerra Mundial, que buscou diante do conflito desenvolver a economia por meio de um processo exportador de produtos, tais como café, algodão e açúcar. Mas com o seu final, muitos países deixaram de negociar com o Brasil levando a falência de frigoríficos e demissão de funcionários no país, inclusive no Rio Grande do Sul. Em segundo, podemos elencar o estudo de Sodré (1985), ressaltando que o movimento Tenentista em 1924, foi de fundamental importância para os militares tomarem a cidade de São Paulo. Representou um momento de insatisfação da sociedade brasileira, nos setores da burocracia do estado e da sociedade civil, os quais se encontravam mais distante dos privilégios do poder.

 

Em 1925, gaúchos e paulistas se unem formando a Coluna Prestes com características comunistas, o que se torna uma preocupação interna brasileira. Também no governo de Washington Luiz, o qual se estende de 1926 a 1930, Getúlio Vargas por dois anos assume importante cargo no Ministério da Fazenda ganhando experiência política no desempenho da função.

 

Segundo Tronca (1995), em 1926, foi criado o Partido Democrático (PD) em São Paulo, que tinha como objetivo maior a disputa do poder nas urnas com o Partido Republicano Paulista (PRP). Eles se uniram aos revolucionários e passam a integrar a Aliança Liberal, mais tarde partido de Getúlio Vargas à presidência da República, acompanhado de João Pessoa, como vice-presidente. A Aliança Liberal (AL) englobava o tenentismo que também apresentava a ideia de centralização do poder, mas combatia a dominação dos estados mais poderosos, tais como São Paulo e Minas Gerais, os quais faziam parte da república do café-com-leite.

 

A decadência das oligarquias foi agravada pela crise mundial em 1929, pois os países europeus restringiram as exportações. Esta situação atinge os paulistas que eram exportadores do principal produto brasileiro que era o café. Também foi afetado a indústria de São Paulo e o circuito financeiro gaúcho.

 

Para Fausto (2003), o sistema do café-com-leite vinha vigorando por 36 anos, o que facilitava aos paulistas e mineiros alternarem-se no poder. Consequentemente, o candidato oficial, em 1930, deveria ser um mineiro, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. O estado de Minas Gerais descontente rompe com São Paulo, unindo-se à bancada gaúcha no Congresso Nacional e prometendo apoio a Getúlio Vargas, candidato à presidência pelo Rio Grande do Sul, que apresentou uma chapa oposicionista nas eleições de 1930.

 

Em outubro de 1930, o golpe militar liderado por comandantes militares e jovens políticos no Rio de Janeiro, depõe Washington Luís e entrega, provisoriamente, em novembro do mesmo ano, o poder a Getúlio Vargas. Vitoriosa a Revolução de 1930, Getúlio Vargas foi nomeado chefe do "Governo Provisório" representando em nível federal uma ruptura da supremacia política de São Paulo e Minas Gerais, e a promessa de democratizar o país pela convocação da Assembléia Constituinte. De concreto, entretanto, tanto a democratização como a Constituinte não acontece o que leva muitos governos dos estados a intimidar o novo presidente mesmo que para isto fosse necessário recorrer à força armada.

 

Continua o autor, destacando que frente a esta situação não somente em São Paulo, mas também no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, criaram-se frentes únicas contra a ditadura de Getúlio Vargas. No Rio Grande do Sul, os dois partidos, Republicano e Libertador, representados, respectivamente, por Raul Pila e Borges de Medeiros se uniram com João Neves de Fontoura para estabelecer aliança com Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Já em Minas Gerais a iniciativa foi do ex-presidente Arthur Bernardes e de Mário Brandt. Assim se formavam grupos nos Estados que eram contra a posição Getulista, ajudando na gestação do movimento constitucionalista.

 

Logo após o início do movimento, Flores da Cunha, interventor no Rio Grande do Sul, decidiu dar apoio à Vargas e Olegário Maciel, de Minas Gerais, também aceitou negociar com o poder central. Há ainda interventores em outros estados que se colocaram ao lado do governo federal, como é o caso do Ceará oferecendo tropas para lutar contra o movimento paulista.

 

Fausto (2003; 346) estudando este assunto ressalta:

 

 Um episódio dramático, ligado à tentativa de invasão da sede de um jornal tenentista, acendeu os ânimos. Quatro rapazes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram mortos a tiros, disparados da sede do jornal. Formou-se assim, ao lado de outros agrupamentos, o MMDC.

 

Essas mortes foram o estopim que em 9 de julho de 1932 deu início à Revolução Constitucionalista. A Revolução Constitucionalista esteve presente em quase todo o Brasil. Sobre isto Donato (2001; 236) aborda:

 

 A Revolução Constitucionalista no Brasil todo repercutiu nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e Pará. Os choques menores foram: Rio verde (MS) em 15/07/1932. Passo das Canetas/São João (RS) em 10/09/1932. Ildo Bica/São João (RS) em 10/09/1932. fazenda Três Lagoas (MS) em 18/07/1932. Passo da Rocha/Soledade (RS) em 13/09/1932.

 

No RS a Revolução Constitucionalista acarretou uma cisão na oligarquia gaúcha: de um lado, temos a facção liderada por Borges de Medeiros, a qual apoiava os paulistas. No outro extremo, destaca-se o interventor do Estado Flores da Cunha que permaneceu ao lado do governo central e apoiou Getúlio Vargas, até a vitória definitiva sobre a oposição gaúcha e paulista. Dentre estes políticos do Partido Republicano Rio-Grandense, temos Borges de Medeiros e do Partido Libertador, destacam-se Maurício Cardoso e Raul Pilla, os quais solicitaram imediata retomada do viés constitucional no país.

 

Como os expoentes anteriormente mencionados deixaram seus cargos federais, retornaram ao RS e, em 14 de agosto de 1932, saíram para o interior visando a mobilizar as pessoas em apoio a São Paulo, bem como combater a intervenção instalada no país. Em linhas gerais o estado de São Paulo ficou sozinho, porque Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e uma grande parte do Rio Grande do Sul oficialmente apoiaram Getúlio Vargas.

 

O interventor Flores da Cunha, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, colocou corpos provisórios em todos os municípios gaúchos. Entretanto, mesmo assim, aconteceu mobilização de grupos que apoiavam a causa paulista. Ferreira Filho ([1958]1978; 232-233) ao estudar o tema destaca:

 

 [...] dois levantes que ocorreram, um em Vacaria e outro em Soledade, o que terminou no Combate do Fão, quando as forças rebeldes são chefiadas por Cândido Carneiro e pelo Cel. Urbano Benigno dos Santos; outro de menor vulto em Nonoai e a tentativa frustada de Lindolfo Collor e, Marcial Terra, para formar uma coluna em Tupanciretã e Santiago do Boqueirão.

 

Rangel (2007; 26) também informa:

 

 Sabe-se quanto foi tímida a participação dos setores populares na Revolução Paulista, mas no Rio Grande do Sul a mobilização foi frustrante. Um levante em Vacaria, facilmente subjugado pela Brigada militar; uma fuga cinematográfica de Batista Lusardo e Borges de Medeiros de Porto Alegre, no fundo de um barco pelo rio Guaíba, seguindo do vexame nas mediações de Santa Maria, onde uma pequena força rebelde foi cercada, provocando a fuga de Lusardo ao Uruguai e a prisão de Borges de Medeiros, que se entregou sem ter dado um único disparo.

 

Frente ao exposto consta-se que no Estado do Rio Grande do Sul não havia uma unanimidade sobre a Revolução Federalista em decorrência de que parte dos rio-grandenses apoiaram São Paulo, enquanto que outra parte posicionou-se contrária a Revolução.

 

 3 O RIO GRANDE DO SUL NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

 

No Rio Grande do Sul ocorreram vários episódios da Revolução Constitucionalista de 1932 em que rio-grandenses apoiaram os paulistas. Dentre as localidades que se posicionaram favorável à causa paulista apontamos Caçapava do Sul, Vacaria, Lagoa Vermelha, Pelotas, Cerro Alegre, São Sepé, Encantado e Lajeado, conforme é possível observar no mapa (FIGURA 1). Há ainda Soledade, mas por estar diretamente ligado ao Combate do Fão, será tratado no item seguinte.

 

 

 

 

FIGURA 1: Mapa dos Levantes armados no Rio Grande do Sul em apoio a Revolução Constitucionalista.

 

Fonte: Adaptado por Trombini e Kreutz (2010).

 

No final de 1931, diversos líderes gaúchos incluindo Borges de Medeiros, Raul Pilla e João Neves de Fontoura reuniram-se com o interventor do Estado do RS, Flores da Cunha, e decidiram pressionar Getúlio para uma imediata reconstitucionalização do país. No ano seguinte, a Frente Única Gaúcha (FUG), formada pelos partidos Republicano e Libertador, queriam a constitucionalização do Brasil, mas não a deposição de Getúlio. Quando iniciou a Revolução Constitucionalista em São Paulo, no mês de julho de 1932, o Rio Grande do Sul em linhas gerais manteve apoiou Getúlio Vargas. Sobre isto Lamounier (1988; 50-51) destaca:

 

 […] após um dramático apelo de Vargas, o líder gaúcho lançou um manifesto em defesa do Governo Provisório e ordenou o imediato deslocamento da Brigada Militar para o front. Olegário Maciel (governador de Minas Gerais) também se colocou ao lado de Vargas, apesar da indecisão inicial em mobilizar as tropas estaduais contra os paulistas. Os demais interventores reafirmaram seu apoio ao governador federal. São Paulo, sem fronteiras com outros países e tendo o porto de Santos bloqueado pela Marinha, viu-se obrigado a lutar contra dezoito Estados da Federação.

 

Os partidários que compunham a FUG eram tanto do Partido Republicano Rio-Grandense como do Partido Libertador. Dentre esses partidários, Borges de Medeiros e Raul Pilla pressionaram Flores da Cunha para apoiar São Paulo na Revolução Constitucionalista e esperavam sua posição sobre isso. Flores da Cunha, porém, decidiu ficar com o presidente getulista causando uma divisão na política rio-grandense.

 

Em março de 1932, gaúchos como Maurício Cardoso, Ministro da Justiça; Lindolfo Collor, Ministro do Trabalho; Batista Luzardo, chefe da Polícia do Distrito Federal; e João Neves de Fontoura, consultor jurídico do Banco do Brasil, pediram demissão de seus cargos no Governo Getúlio e voltaram ao Rio Grande do Sul para iniciar uma campanha revolucionária em apoio a São Paulo. O interventor no Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, decidiu dar apoio à Vargas e negociar com o poder central. Sobre isto a revista “Revoluções Brasileiras: Revolução de 1932” ([s. d.]; 16) registra:

 

 A atitude Flores da Cunha aos paulistas repercutiu mal entre muitos dos seus conterrâneos. Depois da revolução, alguns gaúchos notáveis – entre eles Lindolfo Collor, 1º Ministro do Trabalho do Brasil – produziram um manifesto acusando a traição de Flores da Cunha no qual declararam: “Foi na terra que tem lealdade por emblema e erige o cumprimento da palavra empenhada no mais elementar dos deveres de honra, foi no Rio Grande do Sul que o crime se consumou. O Rio Grande faltou à sua palavra”.

 

O interventor Flores da Cunha, apoiando o governo federal, e sabendo das manifestações e possíveis levantes tratou de organizar forças da Brigada Militar do estado no sentido de formar Batalhões Provisórios ou Corpos Auxiliares, com a finalidade de manter a ordem e reprimir possíveis focos de revoltosos.

 

Sobre isto Ferri (1998; 59) destaca:

 

 Entre os Corpos Auxiliares da Brigada Militar, formados no Rio Grande do Sul, dois tiveram destacada atuação. O 3º Corpo Auxiliar denominado “PÉ NO CHÃO”, formado nos 6º e 8º distritos de Palmeiras das Missões, Guarita e Fortaleza, comandado pelo Tenente Coronel Serafim de Moura Assis, que combateu os focos revolucionários no Estado, seguindo após para São Paulo, onde participou ativamente nos combates travados contra as forças paulistas daquele Estado.

 

Também foram criados outros Corpos Auxiliares, como em São Francisco de Paula e nos municípios do alto da serra, como Espumoso, Ibirapuitã e Jacuizinho, sob o comando do Coronel Armando Ribeiro Severo, que teve atuação também em Encantado e Soledade. Mesmo assim, com os Corpos Provisórios nos municípios houve mobilização de grupos que apoiavam a causa paulista. Sobre isso Tavolaro (2004; 6) informa:

 

 Que São Paulo não desejava separar-se do Brasil comprovam os fatos pois, durante os três meses que durou a revolução (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932) lutas com o objetivo de apoiar a revolução houve no Rio Grande do Sul (Vacaria, Pelotas, São João, Caçapava, Rio Fão e Serro Alegre).

 

Observa-se que no Rio Grande do Sul surgiu levantes armados em favor de São Paulo. Com isso concorda-se com a ideia de Falcon (1997; 65) de que […] “poder é sempre poder do estado – instituições, aparelhos, dirigentes; os “acontecimentos” são sempre eventos políticos, pois são estes os temas nobres e dignos da atenção dos historiadores [...]”. Os levantes armados que são acontecimentos políticos no RS, precisamente em alguns municípios que apoiaram a causa paulista foram Caçapava do Sul, Cerro Alegre, Lagoa Vermelha, Pelotas, São João, São Sepé e Vacaria. No Vale do Taquari, pode-se citar Encantado e Lajeado. Todos os levantes foram reprimidos pelas forças militares do interventor do Estado, Flores da Cunha, que ficaram do lado do governo federal e reprimiram, sendo muitos mortos e presos, sem sucesso de vitória.

 

 4 UM EPISÓDIO DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA NO RIO GRANDE DO SUL: O COMBATE DO FÃO

 

Como se está tratando de um evento regional, mas que se relaciona ao contexto nacional brasileiro, utiliza-se do apoio do ponto de vista teórico metodológico na micro-história. Revel (1988; 20) chama a atenção para o seguinte:

 

 A abordagem micro-histórica é profundamente diferente em suas intenções, assim como em seus procedimentos. Ela afirma em princípios que a escolha de uma escala particular de observação produz efeitos de conhecimento, e pode ser posta a serviço de estratégias de conhecimentos.

 

Como o Combate do Fão trata-se de um acontecimento regional, a micro-história torna-se relevante para análise deste contexto histórico-político. Ressalta-se também que este combate mesmo apresentando uma escala local/regional articula-se aos desdobramentos da Revolução Constitucionalista no Rio-Grande do Sul e em outras regiões brasileiras.

 

Em ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, o Rio Grande do Sul, conforme já salientamos manteve uma parte do Estado em apoio a São Paulo e a outra ao interventor Flores da Cunha, que apoiava o presidente Getúlio Vargas. No noroeste do Estado, em Soledade, onde iniciou o levante conhecido como Combate do Fão, foram criados dois corpos. O quadragésimo quarto sob o comando de Coronel Pedro Correa Garcez representando o Partido Republicano Rio-Grandense e o trigésimo terceiro comandado pelo Coronel Cândido Carneiro Junior, mais conhecido como Candoca, do Partido Libertador. Comin (2002; 26) chama a atenção para esse fato: “para a constituição do quadragésimo terceiro corpo provisório a interventoria estadual destinou noventa conto de réis ao coronel Candoca, este utilizou-se para arregimentar os revolucionários locais, aproximadamente quatrocentos homens”.

 

A direção da Frente Única, composta pelos partidos Republicano e Libertador de Soledade, fiéis aos compromissos assumidos em 31 de agosto pelos seus chefes em São Paulo, levanta-se em armas. Este levante conta com a adesão da brigada em organização no município de Soledade, prendendo as autoridades ditatoriais e empossando autoridades constitucionais. Informações a este respeito fornecidas pelo entrevistado B (2009; 8) atestam:

 

 Clóvis Líbero Cardoso foi o 1º advogado formado e esse cara era delegado de oficio, não existia faculdade e respondia como advogado. Edson Bocardis esse aqui era de Espumoso. Antonio Perreira de Almeida de Soledade que era parente do seu João. Manoel da Silva Conrado, esse aqui os dois filhos dele mora em Passo Fundi. Omir Ferreira Ponte foi três vezes prefeito de Soledade, Amir Tatim aqueles ali de Fontoura, parente do médico de Soledade. Ivo Tomasi teve três da família, o pai e dois filhos que foram né, Emílio Jacobi, José Ferreira Dias, Cantilho Borges, Timóteo Moreira, Guilherme Vasconcelos, Pedro Guilherme da Silva, Dário Carneiro que era irmão do Candoca, Sebastião de Borges que é daqui de Barros Cassal, Alfredo Dias de Soledade, Armando Souza Campos advogado lá de Passo Fundo muito inteligente, Henrique de Mormaço, Pedro Carneiro irmão do Candoca que é pai de Isabela. Mauro Rodrigues que já foi prefeito, Ivo Barroso é de Soledade. Nicanor de Almeida era daqui também, Pedro Bambini é o pai do brigadeiro, José Miguel Dick tinha moinho em Soledade, Ludovico Tomasi, Hugo Tomasi, Osvaldo Vieira era dentista e foi prefeito, Rodolfo Tatim de Fontoura, Honorato de Almeida meu pai e Henrique Batista e Teodoro Serrano.

 

Também é interessante lembrar que a mobilização leva a campo partidários ligados às pessoas influentes na cidade, os quais possivelmente não tinham consciência política sobre as pretensões de seus líderes. Lampert (2005; 64) enfatiza que a “[...] maioria dos voluntários nem sabia bem o que estava ocorrendo e foram à revolução levados por lideranças ou por mero espírito de aventura [...]”.

 

Os principais membros do partido Republicano e Libertador em Soledade articularam-se na formação de um levante para apoiar São Paulo. Candoca, líder da Revolução em Soledade, conforme já referido, não mais ficou do lado de Flores da Cunha e decidiu apoiar a causa paulista. Atacou o quadragésimo quarto corpo provisório, manteve presos os oficiais do referido corpo e tomou todos os armamentos que com ele estavam. Para entender esta situação, Falcon (1997; 66, grifo do autor) destaca: “A própria história política vê-se então enriquecida pela inclusão de questões que, além de políticas, são também, ou antes de mais nada, sociais e ideológicas: lutas e movimentos sociais, com destaque para as revoluções e a revolução”.

 

 

 

Em 1º de setembro de 1932, é assinado por integrantes do município de Soledade e distritos vizinhos como Espumoso, Barros Cassal e muitos rio-grandenses próximos aos municípios, um manifesto de honra. Logo após partem para São Paulo em apoio às forças constitucionalistas. Paula (1933; 125) enfatiza:

 

 A terra heróica de Soledade, atendendo à voz dos Partidos Republicano e Libertador e honrando suas tradições, levanta-se hoje de armas na mão pela restauração da ordem do regime legal no Brasil. Estamos com uma brigada de um efetivo superior de mil e quinhentos homens armados, cheios de ardor e fé cívica, para sustentar o lado de outros municípios que como o nosso se acham empenhados no movimento revolucionário constitucionalista, a palavra do Rio Grande. Duas de nossas forças marcham para invadir Carazinho e Passo Fundo. Viva Borges de Medeiro! Viva Raul Pilha! Viva a Revolução Constitucionalista! Soledade, 1º de setembro de 1932!

 

Candoca, sabendo que o Governo Estadual estava enviando forças de todos os lados para reprimir o movimento, resolveu afastar seu levante da rede municipal. Isto é, encaminha o grupo para o interior, em zonas de morros e planaltos, a fim de poupar as famílias de Soledade do violento combate. Saindo de Soledade partem para o distrito de Barros Cassal onde já havia também alguns voluntários chefiados por João dos Santos Almeida. Sobre este acontecimento, o entrevistado B (2009; 1) destaca:

 

 Então acontece o seguinte, a revolução foi deflagrada e como não puderam tomar Passo Fundo e em Cruz Alta, eles resolveram não se entregar e por isso vieram nessa região que era mais abandonada, com terreno mais dobrado mais mato. Mais ou menos fizemos uma comparação com o que aconteceu em Cuba entre Ernesto Cheguevara e Fidel Castro, eles foram pra essas zonas mais dobradas né, os exércitos vinham por cima e eles tavam nas bases em baixo e enxergavam o movimento.

 

Alguns corpos provisórios foram sendo formados com o intuito de combater as forças do governo, mesmo com pouco armamento julgaram-se capazes de enfrentá-los, sentindo-se prontos para lutar pelo RS. Além do grupo que estava com o intuito de ajudar São Paulo pela constitucionalização vinda do município de Soledade, Barros Cassal e Espumoso, havia outro grupo que vinha do município de Lajeado para a localidade de Campo Branco, visando unir-se ao primeiro, bem como ajudar no combate. Além disso, também houve um levante com pouco sucesso no município de Encantado.

 

Almeida (1999; 65), um dos combatentes, presta a seguinte informação:

 

 [...] ao meu acampamento no Rincão de Santo Antônio, com a incumbência de entrar em entendimento com o coronel Antenor Lemos, que estava acampado em Campo Branco, município de Lajeado, com 300 homens armados, que segundo constava, desejava fazer incorporação com a coluna.

 

Ainda sobre isso Lampert (2005; 64) destaca:

 

 Os lajeadenses, entre eles meu pai, chegaram a participar de uma surtida de forças existente na divisa dos antigos municípios de Lajeado e Soledade, para atacar as forças da Brigada Militar na localidade próxima de Quatro Léguas. Perderam-se e não lograram encontrar seus companheiros nem os soldados legalistas. Decepcionados, retornaram para Campo Branco. As comunicações entre as tropas eram precaríssimas.

 

No Vale do Taquari encontra-se registro de que Lajeado e Encantado estavam enviando pequenas tropas para apoiar a causa paulista, conforme Ferri (1985;82).

 

 No estado, alguns municípios manifestaram-se a favor de são Paulo, inclusive Encantado, onde o Prefeito Coronel José Rodrigues Sobral, reuniu os subprefeitos dos distritos, lideranças municipais e outras pessoas que, numa histórica reunião, decidiram apoiar a causa paulista, mesmo contra o parecer do coronel Sobral.

 

Conforme estudos de Schierholt (2002; 203), aparece o informe:

 

 A Revolução Constitucionalista não teve efeitos destruidores em Estrela. Diante de seu porto, apenas forças da brigada Militar passaram, para reprimir levantes na zona alta de Lajeado e Soledade, onde deu o Combate do Fão, na Barra do Dudulha, na noite chuvosa de 12 para 13-09-1932, com mortos e feridos.

 

 

 

Em um dos acampamentos do grupo de Candoca, próximo a Barros Cassal, em 8 de setembro de 1932, chegou um rapaz dizendo-se ser filho de um amigo de Candoca e que gostaria de saber por onde eles iam passar para chegar até São Paulo. Na verdade, o rapaz era filho do seu Pinto “o caçador dos revolucionários” e obtendo a informação que o grupo de Candoca iria passar pelo rio Fão os militares, representantes do governo, poderiam planejar o ataque.

 

Tratando do local por onde o Combate passou, o entrevistado B (2009; 8) enfatiza:

 

 Não, não foi programado. Tanto é que não foi programado por que eles vieram por um lugar difícil, por fácil de combate as força da brigada, as forças militares como em qualquer outro lugar. Uma porque eles não conheciam o terreno e o pessoal daqui já conhecia por lá. E daí quem levo eles lá, as forças do governo, foi um pinta ali, não sei se era o tio do José Pinto ou quem era .

 

Os revolucionários chegam a ter vários acampamentos, e no dia 12 estabeleceram-se junto às planícies entre o rio Fão e arroio Duduia(3) próximos de Arroio do Meio e Lajeado. Enquanto observavam e estudavam o terreno, o alto comando instalou-se numa casa de propriedade de Honorato Valêncio, mas os demais acamparam as margens do rio Fão.

 

Sobre o local que se instalaram, o entrevistado C (2009; 3) narra que “moravam bem ali perto da ponte [que tem hoje], morava o veio Norato Valêncio.[...] E foi baleado dentro da casa dele”. Relacionado a este evento, uma outra entrevista (A 2010; 1) informa o seguinte diálogo: “J – Mas essa casa do Honorato era aonde? A – Era bem onde tinha a casa do falecido Guilherme ali, agora não tem morador mais, bem na lomba pra lá um pouco”.

 

A tropa estava espalhada em todos os morros do local, quando um dos combatentes, Rosauro Tavares, que estava em cima do morro, avistou tropas se movimentando. Sobre isto Paula (1933; 66, grifo do autor) informa:

 

 No dia 12 de setembro se acamparam em torno do Rio Fão as tropas de Candoca. Ouviram-se os primeiros sinais de descarga. As 9 horas da noite ouvi descargas no acampamento, vieram a minha cama alguns rapazes, perguntando:

 

- Não ouviu descarga no acampamento?

 

- Não – respondi.

 

- Pois houve descargas lá.

 

- Isso não passa de um ou dois tiros que deram de bobagem ou nalgum fantasma que apareceu lá. Um ou dois tiros – principalmente a noite – nestas serranias, faz eco que parece descarga.

 

- Não...foi de 50 a 60 tiros, e parece rajada de metralhadora.

 

Em 13 de setembro, às margens do rio Fão, durante o alvorecer, ouviram-se os primeiros tiros, marcando o início do combate. O combate com as tropas do governo durou em torno de seis horas até que o grupo de Candoca, esgotando munição, precisou retirar-se pelo mato atravessando o arroio Duduia (FIGURA 2).

 

 

 

FIGURA 2: Vista parcial da Barra do Dudulha / Fontoura Xavier-RS.S.S.

 

Fonte: Adaptado por Trombini e Kreutz (2010).

 

Franco (1975; 56) informa que o grupo sem “[...] condições de resistir a uma força bem armada e municiada, o General Candoca retirou seus homens, cruzando o Rio Duduia e internando-se nos matos”. Não se sabe ao certo o número de feridos, bem como os sepultamentos efetivados nas proximidades do rio Fão. Sobre este episódio novamente utiliza-se de Lampert (2005; 65) com seguinte informação:

 

 Cinco soldados revolucionários caíram no local e foram sepultados na pequena localidade de Barra do Dudulha onde jazem até hoje. No dia seguinte, nosso, pai, há dias desmobilizado, retornou ao local do combate, acompanhado do médico Dr. Renê Flores e do escrivão do distrito de Fão, Mário Cattoi, para atendimento dos feridos e sepultamentos dos mortos.

 

Atualmente, a localidade de Barra do Duduia, município de Fontoura Xavier, e também a planície onde se encontram os municípios de Pouso Novo e Progresso, cortado pelo rio Fão e arroio Duduia, compunham o cenário em que aconteceu o Combate do Fão; entretanto, isto é ainda desconhecido por muitas pessoas que moram próximas à região. Existe um cemitério onde estão enterradas algumas pessoas que morreram no combate, mas não se sabe de que lado lutaram, além de também haver duas lápides em homenagem aos considerados heróicos combatentes.

 

 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A Revolução Constitucionalista iniciada em julho de 1932 em São Paulo repercutiu em outros Estados do Brasil, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Este último Estado é onde levantou-se um grupo de revolucionários que apoiaram os paulistas. O interventor do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, não apoiou São Paulo e se manteve ao lado de Getúlio Vargas. O interventor colocou corpos auxiliares em todas as regiões do Rio Grande do Sul para que possíveis levantes e confrontos caso ocorressem fossem sufocados.

 

Apesar disso, vários levantes armados surgiram para apoiar a causa paulista, recebendo apoio de líderes partidários da FUG (Frente Única Gaúcha), como Borges de Medeiros, Raul Pilla e Batista Luzardo, que de uma maneira ou outra influenciaram os combatentes a apoiar a causa paulista. Os levantes armados em apoio de São Paulo travaram luta com tropas governamentais, comandados por Flores da Cunha. Um desses confrontos foi o Combate do Fão, em Soledade, o qual em setembro de 1932 enfrentou as tropas do governo estadual, nas margens do rio Fão.

 

Por meio deste estudo, constata-se que não só o Combate do Fão, em Soledade, mas outros levantes em regiões do RS, como Vacaria, São Sepé, Lagoa Vermelha, Pelotas, Lajeado e Encantado, também foram reprimidos pelas forças governamentais.

 

É possível constatar ainda que os movimentos no RS que estavam dispostos a juntar-se ou apoiar a Revolução Constitucionalista tiveram um ato de coragem, pois sabendo que as forças governamentais estavam bem mais equipadas em armamentos e número de homens, não tinham sequer chances de vitória. Mesmo assim se aventuraram de seguir em frente e foram todos reprimidos, inclusive o do Combate do Fão. Nesse sentido, percebe-se que muitas pessoas, como familiares dos combatentes, pessoas que possuem cargos importantes nos municípios que se envolveram no Combate do Fão e a comunidade de Barra do Dudulha, não querem que este episódio passe despercebido. Por isso, todos os anos no mês de novembro é comemorado o Combate do Fão, na comunidade de Barra do Dudulha, por meio de uma festa e homenagens aos familiares dos combatentes.

 

Pode-se concluir afirmando que o Combate do Fão representou um momento político do Rio Grande do Sul, em que pessoas contrárias a um dos ícones rio-grandenses – Getúlio Vargas – apoiaram a causa paulista mesmo reprimidos por forças governamentais gaúchas. O lugar onde se encerrou o Combate do Fão, Barra do Dudulha, no município de Fontoura Xavier, existem vestígios sobre esta luta armada entre revolucionários e forças militares à espera de quem quiser conhecer.

 

REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, João dos Santos. Sonhos, persistência e coragem. Ijuí: Unijuí, 1999.

 

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 (1) Licenciada em História pelo Centro Universitário UNIVATES, Lajeado-RS. Professora da rede estadual no município de Progresso. E-mail: janainet@universo.univates.br

 

 

 (2) Doutor em História. Professor do Curso de História e do Programa de Pós Graduação em Ambiente e Desenvolvimento do Centro Universitário UNIVATES. E-mail  lflaroque@terra.com.br

 

 

(3) O arroio Duduia trata-se de um afluente do rio Fão, que é chamado de Duduia. Já a localidade onde aconteceu o Combate do Fão que pertence ao município de Fontoura Xavier é Barra do Dudulha.

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