sábado, 23 de maio de 2015

Vida Marista Irmão Armando Corbellini


Vida de Armando Corbellini

                       Detalhes de Norma C.C. Corbellini Zanatta Arnaldo Corbellini e Ibanor Corbellini

Irmão Primo Armando Corbellini, conhecido por irmão Pacômio, Irmão Cordeiro e Armando Corbellini. Filho de Imerio Corbellini e Esterina Notari, natural de Garibaldi – RS, Linha Alencar Araripe (interior de Garibaldi- RS). Tinha outros irmãos por parte de mãe: 2º casamento de Imério Corbellini e Esterina Notari: Irene, Armando e Irino. Do 1º casamento Imério Corbellini e Catarina Vedovatto por parte de pai eram os seguintes: Luiz, Antônio, Maria, Batista Primo, Anibal, Alberto, Eduardo, Rosa, Teresinha e Adelaide.

 Falecido e sepultado no Rio de Janeiro em 1996, participaram do sepultamento a Dulce Polita sua sobrinha e outros familiares de Guaporé.  Foi professor do guerrilheiro Jonas Zabinbi em Moçambique.  Mas quem era o presidente e do país era Samora Machel. Os negros tinham raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 os negros queriam enforcar o Irmão Armando Corbellini em praça pública.  Então os alunos do Irmão Armando, contaram para Ele que seria enforcado. O colégio dos maristas estava cercado de policias com metralhadores e tanques.

Irmão Armando pegou todos os seus documentos e disse que iria fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do colégio e outros irmãos e que iria para o aeroporto.  O diretor disse, para onde tu vais? Apenas respondeu que ia fugir. No aeroporto ele foi num pequeno avião para Rodézia, país vizinho, e como lá não consegui pousar, teve que regressar para Moçambique e ao chegar os policiais o prenderam. Foi preso no campo de concentração, onde tinha, cobras, ratos e só comia farinha de mandioca molhada com água. Os porteiros do campo de concentração eram os próprios alunos. Eles diziam foge professor Cordeiro, ele respondia. Como vou fugir se aqui estou preso. Os alunos combinaram que certo dia depois de muito tempo de prisão às 4h da manhã abriram o portão e o professor Pacômio,  embarcava num Jeep a fronteira com a Rodesia. Somente o porteiro sabia, o outro que conduzia o jeep, não sabia do que se tratava, e resolveu perguntar onde vais professor Pacômio.  O Irmão respondeu que iria caçar. Em Moçambique quem trabalhava eram as mulheres, pois os homens ficavam apenas caçando, pegando borboletas e insetos, frutas para comer. No campo de concentração deixou escrita essa poesia:

Sinto que morro lentamente à fome

O corpo treme sou uma chaga e dor

Sangra-me as mãos e os pés sinto torpor

Sinto a agonia que me roe e consome

 

A noite é longa e cruelmente insone,

Gemem fantasmas entre as trevas, horror!!

Correm insetos em meu corpo e o ardor

Gera um inferno sem igual sem morre.

 

Tornei-me um verme da crueldade humana

Meu corpo nú marcado pela violência

Goteja o sangue de uma vingança insana...

 

Não peço aos homens nem perdão ou clemência

Ao Deus que tudo vê e nada engana

Proclamo a minha fé a minha inocência

 

                              No campo de concentração do Dando – Moçambique 13 de setembro de 1975

Irmão Cordeiro caminhava durante o dia, e a noite ele dormia em cima de árvores, para se defender do ataque das feras, tomava água do orvalho, isso até chegar no pais vizinho da Rodezia. Na Rodezia tomou o avião e depois de muitas dificuldades chegou a Portugal. Ao chegar deparou-se com uma guerra civil onde não podia desembarcar. Depois deram permissão e ele foi até a casa dos Irmãos Maristas de Portugal, que o acolheram dando-lhe roupas e comida e o que precisava.  Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou ao Brasil e se fixou na província do Rio de Janeiro, na Tijuca. Onde passou a trabalhar colocando os refugiados e que saíram de Moçambique e se refugiavam no Brasil, dando-lhes um lugar mais seguro e condições de emprego e condições de começar nova vida.

Irmão Cordeiro era um exímio jogador de  Bademinton  e provavelmente foi o primeiro a trazer para o Brasil esse esporte da África que era jogado pelos ingleses. Jogo esse que se joga com uma raquete e bola de tênis e outro adversário é uma parede, a bolinha bate e volta para que o jogador não a deixe cair.

No Brasil, todos os anos retornava, para os pagos no Rio Grande do Sul para visitar os parentes e amigos, os irmãos Maristas de Garibaldi etc. Contava com alegria as histórias de Moçambique e chorava ao ver as mesas cheias de comida. Gostava de comer milho verde, figos , uva (pois retornava sempre na época da safra da uva), e almoçava sempre na casa dos parentes. Irmão Armando Corbellini faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1996. Durante o tempo que frei Paulo F Zanatta esteve participando do Curso de Espiritualidade franciscana (Cefepal), Irmão Armando o visitou diversas vezes e convidou frei Paulo para celebra missa, na casa dos Irmãos Marista na Tijuca, no seminário São José, e para conhecer o Rio de Janeiro. Lá frei Paulo viu uma sala de trabalho do Irmão Armando com fotos da África, saltando de paraquedas, com os cachorros amestrados e etc. Frei Paulo lembrou ainda que Irmão Armando Corbellini fez uma vista no tempo de férias em Belém Novo, na Paróquia Nossa Senhora de Belém, era um dia muito calor insuportável, e deu uma crise de asma, foi muito difícil de passar. O frei ficou muito preocupado, pensava que deveria baixa-ló no hospital, pois pensava que iria morrer. Outra lembrança que frei Paulo recorda no tempo ginasial no colégio Santo Antônio de Garibaldi, cada 2 a 3 anos aparecia o Irmão Armando Corbellini, de batina, com uma sacola e um dente de marfim dos elefantes da África, ficava uns dias pela volta dando palestras e motivando os alunos para a vida religiosa. Ainda lembro que Ele convidou-me muitas vezes para ser Irmão Marista. Um dia respondia a Ele que queria ser Franciscano seguidor dos passos de São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro também trabalho com meninos de rua. Ainda hoje há gente que lembra do Irmão Armando Corbellini, pela sua rigidez na educação em Santa Maria, por exemplo: o médico Plinio Desconzi, foi interno do marista e lembra da sua figura e da sua dedicação.

Levantava de madrugada, e caminhava até  a linha Araripe.  Lá ajudava a apanhar a uva e visitava os parentes Corbellini, durante alguns dias que permanecia em férias. Visitava sua Irmã Irene Corbellini em Guaporé e outros lugares, sempre visitando parentes, em Curitiba era seu Irmão Irino Corbellini, Lajeado visitava sua dentista Rosane Vogt, e outras casas de familiares e parentes. Um dia estava em Garibaldi, e deu uma crise de asma muito grande, na casa de Lurdes Brugalli Corbellini, ela queria baixa-ló no hospital São Pedro de Garibaldi, mas o Irmão Armando não quis. Em Garibaldi ele gostava de parar na Casa de Ibanor e Anita Corbellini, Luiz e Norma Corbellini Zanatta, Imério e Lurdes Corbellini, em Guaporé na casa da Irmã Irene Corbellini, na casa do seu irmão Irino Stefano Corbellini, na casa dos irmãos maristas etc.. Irmão Armando disse que tinha uma irmã e ela casou-se com um índio, e todos os anos a visitava, Ela era filha da avó Esterina Notari Corbellini.  Quando a avó Esterina Notari Corbellini ficou viúva casou-se pela segunda vez com o bisavô Imério Corbellini, que também era viúvo da falecida Catarina Vedovatto. Os filhos do bisavô Imério Corbellini, colocaram tudo fora e tiveram que morar de aluguel. Esses filhos do Imério não eram filhos de Esterina, pois eram madrasta destes filhos, e o local onde residiam é hoje há a loja de Ricardo Aliatti era o hotel Corbellini. Os filhos de Esterina Notari, entravam com os dedos na comida, fato que deixava muito braba. Na época não tinha tantos talheres como há hoje em todas as casas, e eles usavam desta prática, pois para se alimentar usavam as mão, fato que muita gente não gosta, mas era comum na época. Outro fato que destacou-se foi a visita de Anibal Corbellini depois de muitos anos morando em Anta Gorda – RS.  Após muitos anos de ausência da casa paterna, um belo dia resolveu fazer uma visita. Como tinha passado muitos as pessoas mudam de fisionomia Ele voltou e não foi reconhecido, também não disse quem era e as novas gerações no o reconheceram, foi-se embora sem dizer quem ele era. Fato que foi lembrado pelos parentes que o conheciam, mais tarde.  A casa (antigo cortume) hoje situada em Garibaldi, propriedade do Gesuino Malvessi era de Luiz Corbellini e Irmão mais velho do Irmão Armando Corbellini que eram o filhos mais velho do Imerio Corbellini e Catarina Vedovatto. Um outro filho chamado Antônio era uma pessoa muito boa, mas quando abria a boca para rir parecia uma gamela de tão grande (fato relatado por uma pessoa o conheceu).

O motivo que os Corbellini foram morar em  Sério é o seguinte: O Imério tinha muitos filhos lá na Linha Alencar Araripe e os que iam casando, deixam o lugar, recebiam uma ajuda para começar vida nova.  Um dos filhos João Batista Corbellini casado com Adele Branchi saiu de carroça para sério. Foi Morar em 7 de setembro, depois que os frei Tiago (franciscano) disseram que iria se tornar paróquia, então todos eles foram para Sério (relato de Arnaldo Corbellini). Outro irmão de Luiz Corbellini também fizeram a mesma coisa a exemplo do Batista, Anibal, Paulo, as Irmãs Adelaide, Teresinha etc. O que permaneceu na casa paterna do falecido Imério foi o Eduardo Corbellini, foi comprando a parte dos outros irmãos que casavam e saíam de casa. O mesmo fato ocorreu com Eduardo Corbellini e Palmira Aime Corbellini, os filhos deste casal também foram casando e recebendo sua herança e assim constituindo família em outro lugar. O ultimo filho Imério casou-se com Lurdes Brugalli, vindo o Imério a falecer a Lurdes ficou dona da propriedade e residindo lá nesse lugar até os dias atuais. O Pai de Frei Lucas Corbellini, João Batista Corbellini e a mãe Adelle Branchi, Paulo Corbellini e Adele Ficagna, aconteceu também a mesma história. Os filhos iam  casando-se e recebiam uma herança para começar vida nova em outros lugar, pertos dos pais ou em outro lugar, pois a propriedade se tornava pequena para tanta gente usar da terra, isso é reforma agrária. Outros conseguiam uma outra profissão para trabalhar e assim ganhar a vida. Aconteceu com o  primo, Severino Corbellini, também foi morar em Porongo, ao lado de Sério para ficar perto dos parentes. Em Sério eles compraram terras de Alberto Sério, que era também de Garibaldi (Armando Peterlongo) que possuía estabelecimento de bebidas. O nome de Sério derivou de Alberto Sério, ou de Armando Sério que também era de origem de Garibaldi . O João Batista Corbellini para construir a sua casa carregava as madeiras amarradas nos cargueiros das mulas e assim as conduzia no local onde construiu  o seu lar. As madeiras eram serradas na madeireira de Abraão Kenipoff, onde possuía um engenho. Arnaldo Corbellini, ainda lembra, que deu uma peste de ratos, pois não podiam salvar nada, nem as batatas doces das roças,  e a Norma C.C.Corbellini, recordou que foi pelo ano de 1937, quando tinha 12 anos de idade. Fatos esses lembrados na praia Rainha do Mar e Garibaldi – RS.

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