As tropas de burros do Galvão e
Navegantes
Histórias lembradas pelos
moradores do rio Galvão, Claudir Eugênio e Ari de Brum lembram com saudades
aqueles tempos das tropas de burros, que os donos de Armazéns: Casimiro
Macagnan, Décio nhoatto, Guilherme Trombini, Fioravante Pavi, Antônio Finatto e
os irmãos Tomás Portella e José Portella, faziam o comércio dos produtos
agrícolas e com tropas de Mulas. O
Sebastião de Brum tropeava para o Antônio Finatto. O Carmelindo Eugenio pai do
Claudir tropeava para o Balduino Bagatini. As tropas de burros eram de mais ou
menos 25 burros naquela região. Com os burros os Comerciantes buscavam a
produção nas lavouras acidentadas e montanhosas dessa região, e transportavam
para o comercio e para os armazéns da cidade de Lajeado e Santa Cruz do Sul. A
viagem para Lajeado e Santa Cruz demorava de 4 a 5 dias. Traziam de lá
mercadorias, que na troca a troca por feijão, milho, trigo e etc. em troca
traziam açúcar, café, sal, fazendas etc e tudo o que as pessoas necessitavam.
Levavam muita coisa para lajeado, no porto. Eram embarcado no vapor tocado a
fogo, esta mercadoria ia para Porto Alegre. O primeiro paradouro era em
tamanduá, onde pernoitavam. No dia seguinte muito cedo preparavam tudo para
chegar na praça em lajeado. Na frente da sempre ia o madrinheiro, e atrás por
último era o tropeiro. Cada lote de burro sempre o madrinheiro para orientar o
caminho, tropeio atrás para verificar se rasgava algum saco e ver se algum
burro não se desviava do caminho.
Os burros sempre eram amarrados
um no outro, nas cangalhas. No Galvão tinha dois ternos de burros, do Balduino
Bagatini, que quando ia para Santa Cruz, dirigia-se com os dois conjuntos de
burros, para levar mais carga. O burro da frente levava o cincero, que era um
tipo de camapainha, isto se ouvia de longe, quando se aproximava das casa para
buscar os produtos e facilitava de madrugada para prender os demais animais
para coloca-los nas cangalhas, e facilitava para prender os demais.
Principalmente que era uma invernada grande assim ajudava a localizar os
demais. Disse o Eugênio que o burro de pernas listradas era muito difícil de
domar e ficava muitas vezes caborteiro por natureza. No no Rio Fão havia a
barca, e o burro não conseguia entrar de frente, tinha que se empurrado de
frente para traz para embarcar, isto é coloca-lo de bunda. Esse transporte
durou uns 40 anos de 1930 mais ou menos até 1970, quando começo os caminhões e
abriram as estradas. Hoje ainda faz falta esse tipo de transporte aqui nessa
região, pois, as estradas são muitos dobradas e não há condução que chegue nas
lavouras.
A sacaria era branca, mas com o
passar tempo ela escurecia. Cada burro carregava 120 kg, num saco grande, onde
era divido ao meio 60kg de um lado direito
e 60 do outro lado esquerdo. Muitas vezes também os pais mandavam os
filhos para o moinho a cavalo, e quando o saco caia era um martírio para
criança colocar de volta o saco, ou pedir ajuda para alguém quando encontra
pelo caminho. A sacaria era sempre por conta do dono do armazém. Também nessa
época era muito comum encontrar pelas estradas tropas de gado, mas sempre
nesses casos ia alguém a cavalo para avisar que era gado xucro e perigoso, esse
gado era levado para o frigorifico de lajeado, e muitas vezes também era
comercializado nas estradas.
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