Tropas de burros (Santo Pessetto)
Os proprietários Francisco Zanotelli,
Batista Zan, José Preto e Abel Dartora. Eles iam buscar os produtos nas roças
do interior, para comercializar nos seus armazéns. Ensacava lá na roça a
primeira vez e depois chegando em casa, trocavam de saco por menor de 60 kg. O
Leonelo de Oliveira era o tropeiro antes de Santo Pessetto, que levava a
produção para Lajeado ou para Vila Fão. Naquele tempo, uma viagem de burro até
Lajeado demorava 3 dias. A primeira parada era no Barro Preto, e a 2º parada
era na Vila Fão. Na Vila Fão tinha a barca, e os burros estavam todos
amarados para não perder a carga. Um burro carregava 120 kg e levava até o Vila
Fão ou até Lajeado. Estradas, não tinha era feita a picão. Cada agricultor dava
12 dias de trabalho por ano para cuidar das
estradas. O Santo Pesseto ia no moinho no Lajeado feio, ele acha que quem
cuidada do moinho de lá era gente do Zanotelli, cuidavam deste emjenho.
Colocava 2 burrinho na barca por vez para atravessar o rio e não afundar. Sempre
levava um burro manso e outro xucro, pois este ia atrás do burro manso. Em 1955
o Santo Pessetto lembra que eram fortes as casas de comércio, naquela época.
Levavam milho, feijão, trigo, cevada e outros e traziam querosene, sal, açúcar,
tecido, calçados, tamancos, ferramentas. Era tempo mireis (dinheiro) 200 reis
500 etc, era o pouco de dinheiro que circulava na época. Santo Pessetto lembra
que quando ia a escola no São Brás os trabalhadores, Vitório e João Rossi,
puxavam madeira serrada para que na Vila Fão. Tinha duas serrarias naquela
época em Burro Morto, dos Rampanelli e outra que não lembrou o nome. Aqui tinha
só duas carroças de burros em Burro Morto. As estradas eram poucas e estreitas,
para um terno de burro ou mula. O Nilo Parise foi o primeiro motorista do
lugar, que apareceu em Burro Morto vindo de Putinga da Charqueada. Também
colocou um deposito de bebida e fazia muitos refrigerantes para a população de
Burro Morto, Fontoura Xavier etc. Depois que começou a entrar os caminhões e as
carroças desapareseram. Santo Pessetto lembra que trabalhou dois anos para o
Zanotelli, depois com o Batista Zen. Depois que saiu deste trabalho entrou no
Zanotelli o Edinho. O produto vinha de São João da Jacutinga, Santa Lúcia, São
Sebastião, Colônia Nova, Picada Vitória, 3 Pinheiros, Pitanga e outro lugares.
Na frente da carroça vinha sempre o madrinhador e no final o santo colocava o
sincero dar sinal que a tropa vinha toda junto e percebia logo que algo tinha
acontecido. Era comum nesta época ir na frente o madrinhador puxando a tropa e
na retaguarda o tropeiro que ficava atento a tudo que acontecia durante a
viagem. Santo lembra que tinha burro que furava o saco para comer milho, então
colocava um bornal. De manhã levantava bem cedo para prender os burros um por
um e colocavam todos acolherados um atrás do outro, amarados nas cangalhas e
estavam prontos para sair para as
picadas. A colheita é feita o ano inteiro, uns vendiam logo, outros guardavam
no paiol para esperar preço. Santo lembra que só voltou para roça depois que
casou, antes trabalhava um pouco aqui e um pouco ali, e também trabalhou em
Santa Catarina para ajudar um irmão. Lembra que os colonos sempre davam um
pouco de milho de feijão para ajudar na construção da Igreja, isso era colocado
a parte e depois os comerciantes acertavam com o Frei Alfredo para ajudar na
construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Santo Pessetto lembra que com o passar
do tempo o Frei Teodósio, ia no interior fazer arrecadação e assim ele
vendia os produtos e recebiam o dinheiro
para a Igreja. Pedro Nicolau foi o primeiro Comerciante de Burro Morto, após a
sua morte entravam outros. Lembra o Santo Pessetto que nos domingos a praça
enchia cavalos de gente que vinha do interior para as missas. A Igreja era de
madeira onde tem o pavilhão (salão paroquial). Santo Lembra que trabalhava no
comércio, e quando não tinha trabalho nos armazéns vinha prestar serviço na
Igreja. Santo Pessetto gostava muito de ir em Fontoura Xavier, lá tinha seus amigos Tafarrel
onde o acolhiam muito bem, e em São José também acontecia a mesma coisa. O
Frei Teodosio tinha um cavalo e um mula, depois ganhou um jeep para atender as
comunidades. Quando saía de mula para as comunidades levantava as 3h da
madrugada, para rezar missa. O Burro Morto tinha umas 12 a 15 casas, quando ele
era guri, a 80 anos atrás. Lembra que os moradores colocavam um armazém, outro
ferraria, outras atividades. Armando Colusi foi o primerio ferreiro deste lugar
levantava às 4 horas da manhã para trabalhar, fazia todo tipo de ferramenta. O
último ferreiro foi Santo Jacomole.
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