sábado, 23 de maio de 2015

Tropas de Burros e Mulas e Burro Morto (Hoje são José do Herval -RS)


Tropas de burros (Santo Pessetto)

Os proprietários Francisco Zanotelli, Batista Zan, José Preto e Abel Dartora. Eles iam buscar os produtos nas roças do interior, para comercializar nos seus armazéns. Ensacava lá na roça a primeira vez e depois chegando em casa, trocavam de saco por menor de 60 kg. O Leonelo de Oliveira era o tropeiro antes de Santo Pessetto, que levava a produção para Lajeado ou para Vila Fão. Naquele tempo, uma viagem de burro até Lajeado demorava 3 dias. A primeira parada era no Barro Preto, e a 2º  parada  era na Vila Fão. Na Vila Fão tinha a barca, e os burros estavam todos amarados para não perder a carga. Um burro carregava 120 kg e levava até o Vila Fão ou até Lajeado. Estradas, não tinha era feita a picão. Cada agricultor dava 12 dias de trabalho por ano para cuidar  das estradas. O Santo Pesseto ia no moinho no Lajeado feio, ele acha que quem cuidada do moinho de lá era gente do Zanotelli, cuidavam deste emjenho. Colocava 2 burrinho na barca por vez para atravessar o rio e não afundar. Sempre levava um burro manso e outro xucro, pois este ia atrás do burro manso. Em 1955 o Santo Pessetto lembra que eram fortes as casas de comércio, naquela época. Levavam milho, feijão, trigo, cevada e outros e traziam querosene, sal, açúcar, tecido, calçados, tamancos, ferramentas. Era tempo mireis (dinheiro) 200 reis 500 etc, era o pouco de dinheiro que circulava na época. Santo Pessetto lembra que quando ia a escola no São Brás os trabalhadores, Vitório e João Rossi, puxavam madeira serrada para que na Vila Fão. Tinha duas serrarias naquela época em Burro Morto, dos Rampanelli e outra que não lembrou o nome. Aqui tinha só duas carroças de burros em Burro Morto. As estradas eram poucas e estreitas, para um terno de burro ou mula. O Nilo Parise foi o primeiro motorista do lugar, que apareceu em Burro Morto vindo de Putinga da Charqueada. Também colocou um deposito de bebida e fazia muitos refrigerantes para a população de Burro Morto, Fontoura Xavier etc. Depois que começou a entrar os caminhões e as carroças desapareseram. Santo Pessetto lembra que trabalhou dois anos para o Zanotelli, depois com o Batista Zen. Depois que saiu deste trabalho entrou no Zanotelli o Edinho. O produto vinha de São João da Jacutinga, Santa Lúcia, São Sebastião, Colônia Nova, Picada Vitória, 3 Pinheiros, Pitanga e outro lugares. Na frente da carroça vinha sempre o madrinhador e no final o santo colocava o sincero dar sinal que a tropa vinha toda junto e percebia logo que algo tinha acontecido. Era comum nesta época ir na frente o madrinhador puxando a tropa e na retaguarda o tropeiro que ficava atento a tudo que acontecia durante a viagem. Santo lembra que tinha burro que furava o saco para comer milho, então colocava um bornal. De manhã levantava bem cedo para prender os burros um por um e colocavam todos acolherados um atrás do outro, amarados nas cangalhas e estavam  prontos para sair para as picadas. A colheita é feita o ano inteiro, uns vendiam logo, outros guardavam no paiol para esperar preço. Santo lembra que só voltou para roça depois que casou, antes trabalhava um pouco aqui e um pouco ali, e também trabalhou em Santa Catarina para ajudar um irmão. Lembra que os colonos sempre davam um pouco de milho de feijão para ajudar na construção da Igreja, isso era colocado a parte e depois os comerciantes acertavam com o Frei Alfredo para ajudar na construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Santo Pessetto lembra que com o passar do tempo o Frei Teodósio, ia no interior fazer arrecadação e assim ele vendia  os produtos e recebiam o dinheiro para a Igreja. Pedro Nicolau foi o primeiro Comerciante de Burro Morto, após a sua morte entravam outros. Lembra o Santo Pessetto que nos domingos a praça enchia cavalos de gente que vinha do interior para as missas. A Igreja era de madeira onde tem o pavilhão (salão paroquial). Santo Lembra que trabalhava no comércio, e quando não tinha trabalho nos armazéns vinha prestar serviço na Igreja. Santo Pessetto gostava muito de ir em  Fontoura Xavier, lá tinha seus amigos Tafarrel onde o acolhiam  muito bem, e em  São José também acontecia a mesma coisa. O Frei Teodosio tinha um cavalo e um mula, depois ganhou um jeep para atender as comunidades. Quando saía de mula para as comunidades levantava as 3h da madrugada, para rezar missa. O Burro Morto tinha umas 12 a 15 casas, quando ele era guri, a 80 anos atrás. Lembra que os moradores colocavam um armazém, outro ferraria, outras atividades. Armando Colusi foi o primerio ferreiro deste lugar levantava às 4 horas da manhã para trabalhar, fazia todo tipo de ferramenta. O último ferreiro foi Santo Jacomole.

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