A Revolução Constitucionalista de 1932 no Rio Grande do Sul:
O Combate do Fão em Municípios de Fontoura Xavier, Pouso Novo e Progresso
por Luís Fernando da Silva Laroque e Janaíne Trombini
Sobre o autor (2)
Sobre a autora (1)
1 INTRODUÇÃO
A Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada em São
Paulo contra o governo brasileiro de Getúlio Vargas e pela demora de uma
Constituição, teve o apoio também de outros Estados como Minas Gerais e Rio
Grande do Sul. Um desses episódios em apoio da causa paulista em solo gaúcho
ficou conhecido como Combate do Fão, em regiões que atualmente pertencem aos
municípios de Fontoura Xavier, Pouso Novo e Progresso. O tema proposto neste
artigo tem como recorte temporal o marco inicial da Revolução Constitucionalista
em São Paulo iniciada em julho de 1932 e final o mês de outubro de 1932 por ser
quando deu-se o término do movimento. A delimitação espacial do estudo é o
Estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente o município de Fontoura Xavier,
na localidade de Barra do Dudulha, por ter sido a área onde aconteceu o Combate
do Fão. O referencial teórico para pesquisa baseou-se em autores como Revel
(1988), Falcon (1997) e Ribeiro Júnior (2001), bem como recorreu-se à
metodologia da História Oral por meio de entrevistas.
2 OS ANTESCENDESTES
DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
O Brasil, entre os anos de 1924 a 1932, deparou-se com
fatores históricos que propiciaram a a Revolução Constitucionalista de 1932 e o
Combate do Fão. O conceito de revolução utilizado neste artigo deve ser
entendido na concepção proposta por Ribeiro Júnior (2001; 300) conforme segue:
[...] o povo tem o
direito de intervir nos delitos governamentais e as forças revolucionárias, por
sua vez, devem assumir o poder para construir uma nova autoridade dentro do
estado. A resistência ativa e passiva não e só direito, mas sim dever do
cidadão. O governante ao decidir sobre sua legitimidade pode estar sujeito à
resistências inclusive enfrentando violência. A revolução é uma transformação
radical, mais fundamental, e tem mais probabilidade de incluir a participação
do povo.
Dentre os acontecimentos no Brasil que antecederam a
Revolução Constitucionalista inicialmente apontamos a Primeira Guerra Mundial,
que buscou diante do conflito desenvolver a economia por meio de um processo
exportador de produtos, tais como café, algodão e açúcar. Mas com o seu final,
muitos países deixaram de negociar com o Brasil levando a falência de
frigoríficos e demissão de funcionários no país, inclusive no Rio Grande do Sul.
Em segundo, podemos elencar o estudo de Sodré (1985), ressaltando que o
movimento Tenentista em 1924, foi de fundamental importância para os militares
tomarem a cidade de São Paulo. Representou um momento de insatisfação da
sociedade brasileira, nos setores da burocracia do estado e da sociedade civil,
os quais se encontravam mais distante dos privilégios do poder.
Em 1925, gaúchos e paulistas se unem formando a Coluna
Prestes com características comunistas, o que se torna uma preocupação interna
brasileira. Também no governo de Washington Luiz, o qual se estende de 1926 a
1930, Getúlio Vargas por dois anos assume importante cargo no Ministério da
Fazenda ganhando experiência política no desempenho da função.
Segundo Tronca (1995), em 1926, foi criado o Partido
Democrático (PD) em São Paulo, que tinha como objetivo maior a disputa do poder
nas urnas com o Partido Republicano Paulista (PRP). Eles se uniram aos
revolucionários e passam a integrar a Aliança Liberal, mais tarde partido de
Getúlio Vargas à presidência da República, acompanhado de João Pessoa, como
vice-presidente. A Aliança Liberal (AL) englobava o tenentismo que também
apresentava a ideia de centralização do poder, mas combatia a dominação dos
estados mais poderosos, tais como São Paulo e Minas Gerais, os quais faziam
parte da república do café-com-leite.
A decadência das oligarquias foi agravada pela crise mundial
em 1929, pois os países europeus restringiram as exportações. Esta situação
atinge os paulistas que eram exportadores do principal produto brasileiro que
era o café. Também foi afetado a indústria de São Paulo e o circuito financeiro
gaúcho.
Para Fausto (2003), o sistema do café-com-leite vinha
vigorando por 36 anos, o que facilitava aos paulistas e mineiros alternarem-se
no poder. Consequentemente, o candidato oficial, em 1930, deveria ser um
mineiro, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. O estado de Minas Gerais
descontente rompe com São Paulo, unindo-se à bancada gaúcha no Congresso
Nacional e prometendo apoio a Getúlio Vargas, candidato à presidência pelo Rio
Grande do Sul, que apresentou uma chapa oposicionista nas eleições de 1930.
Em outubro de 1930, o golpe militar liderado por comandantes
militares e jovens políticos no Rio de Janeiro, depõe Washington Luís e
entrega, provisoriamente, em novembro do mesmo ano, o poder a Getúlio Vargas.
Vitoriosa a Revolução de 1930, Getúlio Vargas foi nomeado chefe do
"Governo Provisório" representando em nível federal uma ruptura da
supremacia política de São Paulo e Minas Gerais, e a promessa de democratizar o
país pela convocação da Assembléia Constituinte. De concreto, entretanto, tanto
a democratização como a Constituinte não acontece o que leva muitos governos
dos estados a intimidar o novo presidente mesmo que para isto fosse necessário
recorrer à força armada.
Continua o autor, destacando que frente a esta situação não
somente em São Paulo, mas também no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais,
criaram-se frentes únicas contra a ditadura de Getúlio Vargas. No Rio Grande do
Sul, os dois partidos, Republicano e Libertador, representados,
respectivamente, por Raul Pila e Borges de Medeiros se uniram com João Neves de
Fontoura para estabelecer aliança com Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Já em Minas Gerais a iniciativa foi do ex-presidente Arthur Bernardes e de
Mário Brandt. Assim se formavam grupos nos Estados que eram contra a posição
Getulista, ajudando na gestação do movimento constitucionalista.
Logo após o início do movimento, Flores da Cunha,
interventor no Rio Grande do Sul, decidiu dar apoio à Vargas e Olegário Maciel,
de Minas Gerais, também aceitou negociar com o poder central. Há ainda interventores
em outros estados que se colocaram ao lado do governo federal, como é o caso do
Ceará oferecendo tropas para lutar contra o movimento paulista.
Fausto (2003; 346) estudando este assunto ressalta:
Um episódio
dramático, ligado à tentativa de invasão da sede de um jornal tenentista,
acendeu os ânimos. Quatro rapazes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram
mortos a tiros, disparados da sede do jornal. Formou-se assim, ao lado de
outros agrupamentos, o MMDC.
Essas mortes foram o estopim que em 9 de julho de 1932 deu
início à Revolução Constitucionalista. A Revolução Constitucionalista esteve
presente em quase todo o Brasil. Sobre isto Donato (2001; 236) aborda:
A Revolução
Constitucionalista no Brasil todo repercutiu nos estados de São Paulo, Mato
Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e Pará. Os choques menores
foram: Rio verde (MS) em 15/07/1932. Passo das Canetas/São João (RS) em
10/09/1932. Ildo Bica/São João (RS) em 10/09/1932. fazenda Três Lagoas (MS) em
18/07/1932. Passo da Rocha/Soledade (RS) em 13/09/1932.
No RS a Revolução Constitucionalista acarretou uma cisão na
oligarquia gaúcha: de um lado, temos a facção liderada por Borges de Medeiros,
a qual apoiava os paulistas. No outro extremo, destaca-se o interventor do Estado
Flores da Cunha que permaneceu ao lado do governo central e apoiou Getúlio
Vargas, até a vitória definitiva sobre a oposição gaúcha e paulista. Dentre
estes políticos do Partido Republicano Rio-Grandense, temos Borges de Medeiros
e do Partido Libertador, destacam-se Maurício Cardoso e Raul Pilla, os quais
solicitaram imediata retomada do viés constitucional no país.
Como os expoentes anteriormente mencionados deixaram seus
cargos federais, retornaram ao RS e, em 14 de agosto de 1932, saíram para o
interior visando a mobilizar as pessoas em apoio a São Paulo, bem como combater
a intervenção instalada no país. Em linhas gerais o estado de São Paulo ficou
sozinho, porque Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e uma grande parte do Rio
Grande do Sul oficialmente apoiaram Getúlio Vargas.
O interventor Flores da Cunha, nomeado pelo presidente
Getúlio Vargas, colocou corpos provisórios em todos os municípios gaúchos.
Entretanto, mesmo assim, aconteceu mobilização de grupos que apoiavam a causa
paulista. Ferreira Filho ([1958]1978; 232-233) ao estudar o tema destaca:
[...] dois levantes
que ocorreram, um em Vacaria e outro em Soledade, o que terminou no Combate do
Fão, quando as forças rebeldes são chefiadas por Cândido Carneiro e pelo Cel.
Urbano Benigno dos Santos; outro de menor vulto em Nonoai e a tentativa
frustada de Lindolfo Collor e, Marcial Terra, para formar uma coluna em
Tupanciretã e Santiago do Boqueirão.
Rangel (2007; 26) também informa:
Sabe-se quanto foi
tímida a participação dos setores populares na Revolução Paulista, mas no Rio
Grande do Sul a mobilização foi frustrante. Um levante em Vacaria, facilmente
subjugado pela Brigada militar; uma fuga cinematográfica de Batista Lusardo e
Borges de Medeiros de Porto Alegre, no fundo de um barco pelo rio Guaíba,
seguindo do vexame nas mediações de Santa Maria, onde uma pequena força rebelde
foi cercada, provocando a fuga de Lusardo ao Uruguai e a prisão de Borges de
Medeiros, que se entregou sem ter dado um único disparo.
Frente ao exposto consta-se que no Estado do Rio Grande do
Sul não havia uma unanimidade sobre a Revolução Federalista em decorrência de
que parte dos rio-grandenses apoiaram São Paulo, enquanto que outra parte
posicionou-se contrária a Revolução.
3 O RIO GRANDE DO SUL
NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
No Rio Grande do Sul ocorreram vários episódios da Revolução
Constitucionalista de 1932 em que rio-grandenses apoiaram os paulistas. Dentre
as localidades que se posicionaram favorável à causa paulista apontamos
Caçapava do Sul, Vacaria, Lagoa Vermelha, Pelotas, Cerro Alegre, São Sepé,
Encantado e Lajeado, conforme é possível observar no mapa (FIGURA 1). Há ainda
Soledade, mas por estar diretamente ligado ao Combate do Fão, será tratado no
item seguinte.
FIGURA 1: Mapa dos Levantes armados no Rio Grande do Sul em
apoio a Revolução Constitucionalista.
Fonte: Adaptado por Trombini e Kreutz (2010).
No final de 1931, diversos líderes gaúchos incluindo Borges
de Medeiros, Raul Pilla e João Neves de Fontoura reuniram-se com o interventor
do Estado do RS, Flores da Cunha, e decidiram pressionar Getúlio para uma
imediata reconstitucionalização do país. No ano seguinte, a Frente Única Gaúcha
(FUG), formada pelos partidos Republicano e Libertador, queriam a
constitucionalização do Brasil, mas não a deposição de Getúlio. Quando iniciou
a Revolução Constitucionalista em São Paulo, no mês de julho de 1932, o Rio
Grande do Sul em linhas gerais manteve apoiou Getúlio Vargas. Sobre isto
Lamounier (1988; 50-51) destaca:
[…] após um dramático
apelo de Vargas, o líder gaúcho lançou um manifesto em defesa do Governo
Provisório e ordenou o imediato deslocamento da Brigada Militar para o front.
Olegário Maciel (governador de Minas Gerais) também se colocou ao lado de
Vargas, apesar da indecisão inicial em mobilizar as tropas estaduais contra os
paulistas. Os demais interventores reafirmaram seu apoio ao governador federal.
São Paulo, sem fronteiras com outros países e tendo o porto de Santos bloqueado
pela Marinha, viu-se obrigado a lutar contra dezoito Estados da Federação.
Os partidários que compunham a FUG eram tanto do Partido
Republicano Rio-Grandense como do Partido Libertador. Dentre esses partidários,
Borges de Medeiros e Raul Pilla pressionaram Flores da Cunha para apoiar São
Paulo na Revolução Constitucionalista e esperavam sua posição sobre isso.
Flores da Cunha, porém, decidiu ficar com o presidente getulista causando uma
divisão na política rio-grandense.
Em março de 1932, gaúchos como Maurício Cardoso, Ministro da
Justiça; Lindolfo Collor, Ministro do Trabalho; Batista Luzardo, chefe da
Polícia do Distrito Federal; e João Neves de Fontoura, consultor jurídico do
Banco do Brasil, pediram demissão de seus cargos no Governo Getúlio e voltaram
ao Rio Grande do Sul para iniciar uma campanha revolucionária em apoio a São
Paulo. O interventor no Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, decidiu dar apoio à
Vargas e negociar com o poder central. Sobre isto a revista “Revoluções
Brasileiras: Revolução de 1932” ([s. d.]; 16) registra:
A atitude Flores da Cunha
aos paulistas repercutiu mal entre muitos dos seus conterrâneos. Depois da
revolução, alguns gaúchos notáveis – entre eles Lindolfo Collor, 1º Ministro do
Trabalho do Brasil – produziram um manifesto acusando a traição de Flores da
Cunha no qual declararam: “Foi na terra que tem lealdade por emblema e erige o
cumprimento da palavra empenhada no mais elementar dos deveres de honra, foi no
Rio Grande do Sul que o crime se consumou. O Rio Grande faltou à sua palavra”.
O interventor Flores da Cunha, apoiando o governo federal, e
sabendo das manifestações e possíveis levantes tratou de organizar forças da
Brigada Militar do estado no sentido de formar Batalhões Provisórios ou Corpos
Auxiliares, com a finalidade de manter a ordem e reprimir possíveis focos de
revoltosos.
Sobre isto Ferri (1998; 59) destaca:
Entre os Corpos
Auxiliares da Brigada Militar, formados no Rio Grande do Sul, dois tiveram
destacada atuação. O 3º Corpo Auxiliar denominado “PÉ NO CHÃO”, formado nos 6º
e 8º distritos de Palmeiras das Missões, Guarita e Fortaleza, comandado pelo
Tenente Coronel Serafim de Moura Assis, que combateu os focos revolucionários
no Estado, seguindo após para São Paulo, onde participou ativamente nos
combates travados contra as forças paulistas daquele Estado.
Também foram criados outros Corpos Auxiliares, como em São
Francisco de Paula e nos municípios do alto da serra, como Espumoso, Ibirapuitã
e Jacuizinho, sob o comando do Coronel Armando Ribeiro Severo, que teve atuação
também em Encantado e Soledade. Mesmo assim, com os Corpos Provisórios nos
municípios houve mobilização de grupos que apoiavam a causa paulista. Sobre
isso Tavolaro (2004; 6) informa:
Que São Paulo não
desejava separar-se do Brasil comprovam os fatos pois, durante os três meses
que durou a revolução (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932) lutas com o
objetivo de apoiar a revolução houve no Rio Grande do Sul (Vacaria, Pelotas,
São João, Caçapava, Rio Fão e Serro Alegre).
Observa-se que no Rio Grande do Sul surgiu levantes armados
em favor de São Paulo. Com isso concorda-se com a ideia de Falcon (1997; 65) de
que […] “poder é sempre poder do estado – instituições, aparelhos, dirigentes;
os “acontecimentos” são sempre eventos políticos, pois são estes os temas
nobres e dignos da atenção dos historiadores [...]”. Os levantes armados que
são acontecimentos políticos no RS, precisamente em alguns municípios que
apoiaram a causa paulista foram Caçapava do Sul, Cerro Alegre, Lagoa Vermelha,
Pelotas, São João, São Sepé e Vacaria. No Vale do Taquari, pode-se citar
Encantado e Lajeado. Todos os levantes foram reprimidos pelas forças militares
do interventor do Estado, Flores da Cunha, que ficaram do lado do governo
federal e reprimiram, sendo muitos mortos e presos, sem sucesso de vitória.
4 UM EPISÓDIO DA
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA NO RIO GRANDE DO SUL: O COMBATE DO FÃO
Como se está tratando de um evento regional, mas que se
relaciona ao contexto nacional brasileiro, utiliza-se do apoio do ponto de
vista teórico metodológico na micro-história. Revel (1988; 20) chama a atenção
para o seguinte:
A abordagem
micro-histórica é profundamente diferente em suas intenções, assim como em seus
procedimentos. Ela afirma em princípios que a escolha de uma escala particular
de observação produz efeitos de conhecimento, e pode ser posta a serviço de
estratégias de conhecimentos.
Como o Combate do Fão trata-se de um acontecimento regional,
a micro-história torna-se relevante para análise deste contexto
histórico-político. Ressalta-se também que este combate mesmo apresentando uma
escala local/regional articula-se aos desdobramentos da Revolução
Constitucionalista no Rio-Grande do Sul e em outras regiões brasileiras.
Em ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932 em São
Paulo, o Rio Grande do Sul, conforme já salientamos manteve uma parte do Estado
em apoio a São Paulo e a outra ao interventor Flores da Cunha, que apoiava o
presidente Getúlio Vargas. No noroeste do Estado, em Soledade, onde iniciou o
levante conhecido como Combate do Fão, foram criados dois corpos. O
quadragésimo quarto sob o comando de Coronel Pedro Correa Garcez representando
o Partido Republicano Rio-Grandense e o trigésimo terceiro comandado pelo
Coronel Cândido Carneiro Junior, mais conhecido como Candoca, do Partido
Libertador. Comin (2002; 26) chama a atenção para esse fato: “para a
constituição do quadragésimo terceiro corpo provisório a interventoria estadual
destinou noventa conto de réis ao coronel Candoca, este utilizou-se para
arregimentar os revolucionários locais, aproximadamente quatrocentos homens”.
A direção da Frente Única, composta pelos partidos
Republicano e Libertador de Soledade, fiéis aos compromissos assumidos em 31 de
agosto pelos seus chefes em São Paulo, levanta-se em armas. Este levante conta
com a adesão da brigada em organização no município de Soledade, prendendo as
autoridades ditatoriais e empossando autoridades constitucionais. Informações a
este respeito fornecidas pelo entrevistado B (2009; 8) atestam:
Clóvis Líbero Cardoso
foi o 1º advogado formado e esse cara era delegado de oficio, não existia
faculdade e respondia como advogado. Edson Bocardis esse aqui era de Espumoso.
Antonio Perreira de Almeida de Soledade que era parente do seu João. Manoel da
Silva Conrado, esse aqui os dois filhos dele mora em Passo Fundi. Omir Ferreira
Ponte foi três vezes prefeito de Soledade, Amir Tatim aqueles ali de Fontoura,
parente do médico de Soledade. Ivo Tomasi teve três da família, o pai e dois
filhos que foram né, Emílio Jacobi, José Ferreira Dias, Cantilho Borges, Timóteo
Moreira, Guilherme Vasconcelos, Pedro Guilherme da Silva, Dário Carneiro que
era irmão do Candoca, Sebastião de Borges que é daqui de Barros Cassal, Alfredo
Dias de Soledade, Armando Souza Campos advogado lá de Passo Fundo muito
inteligente, Henrique de Mormaço, Pedro Carneiro irmão do Candoca que é pai de
Isabela. Mauro Rodrigues que já foi prefeito, Ivo Barroso é de Soledade.
Nicanor de Almeida era daqui também, Pedro Bambini é o pai do brigadeiro, José
Miguel Dick tinha moinho em Soledade, Ludovico Tomasi, Hugo Tomasi, Osvaldo
Vieira era dentista e foi prefeito, Rodolfo Tatim de Fontoura, Honorato de
Almeida meu pai e Henrique Batista e Teodoro Serrano.
Também é interessante lembrar que a mobilização leva a campo
partidários ligados às pessoas influentes na cidade, os quais possivelmente não
tinham consciência política sobre as pretensões de seus líderes. Lampert (2005;
64) enfatiza que a “[...] maioria dos voluntários nem sabia bem o que estava
ocorrendo e foram à revolução levados por lideranças ou por mero espírito de
aventura [...]”.
Os principais membros do partido Republicano e Libertador em
Soledade articularam-se na formação de um levante para apoiar São Paulo.
Candoca, líder da Revolução em Soledade, conforme já referido, não mais ficou do
lado de Flores da Cunha e decidiu apoiar a causa paulista. Atacou o
quadragésimo quarto corpo provisório, manteve presos os oficiais do referido
corpo e tomou todos os armamentos que com ele estavam. Para entender esta
situação, Falcon (1997; 66, grifo do autor) destaca: “A própria história
política vê-se então enriquecida pela inclusão de questões que, além de
políticas, são também, ou antes de mais nada, sociais e ideológicas: lutas e
movimentos sociais, com destaque para as revoluções e a revolução”.
Em 1º de setembro de 1932, é assinado por integrantes do
município de Soledade e distritos vizinhos como Espumoso, Barros Cassal e
muitos rio-grandenses próximos aos municípios, um manifesto de honra. Logo após
partem para São Paulo em apoio às forças constitucionalistas. Paula (1933; 125)
enfatiza:
A terra heróica de
Soledade, atendendo à voz dos Partidos Republicano e Libertador e honrando suas
tradições, levanta-se hoje de armas na mão pela restauração da ordem do regime
legal no Brasil. Estamos com uma brigada de um efetivo superior de mil e
quinhentos homens armados, cheios de ardor e fé cívica, para sustentar o lado
de outros municípios que como o nosso se acham empenhados no movimento
revolucionário constitucionalista, a palavra do Rio Grande. Duas de nossas
forças marcham para invadir Carazinho e Passo Fundo. Viva Borges de Medeiro!
Viva Raul Pilha! Viva a Revolução Constitucionalista! Soledade, 1º de setembro
de 1932!
Candoca, sabendo que o Governo Estadual estava enviando
forças de todos os lados para reprimir o movimento, resolveu afastar seu
levante da rede municipal. Isto é, encaminha o grupo para o interior, em zonas
de morros e planaltos, a fim de poupar as famílias de Soledade do violento
combate. Saindo de Soledade partem para o distrito de Barros Cassal onde já
havia também alguns voluntários chefiados por João dos Santos Almeida. Sobre
este acontecimento, o entrevistado B (2009; 1) destaca:
Então acontece o seguinte,
a revolução foi deflagrada e como não puderam tomar Passo Fundo e em Cruz Alta,
eles resolveram não se entregar e por isso vieram nessa região que era mais
abandonada, com terreno mais dobrado mais mato. Mais ou menos fizemos uma
comparação com o que aconteceu em Cuba entre Ernesto Cheguevara e Fidel Castro,
eles foram pra essas zonas mais dobradas né, os exércitos vinham por cima e
eles tavam nas bases em baixo e enxergavam o movimento.
Alguns corpos provisórios foram sendo formados com o intuito
de combater as forças do governo, mesmo com pouco armamento julgaram-se capazes
de enfrentá-los, sentindo-se prontos para lutar pelo RS. Além do grupo que
estava com o intuito de ajudar São Paulo pela constitucionalização vinda do
município de Soledade, Barros Cassal e Espumoso, havia outro grupo que vinha do
município de Lajeado para a localidade de Campo Branco, visando unir-se ao
primeiro, bem como ajudar no combate. Além disso, também houve um levante com
pouco sucesso no município de Encantado.
Almeida (1999; 65), um dos combatentes, presta a seguinte
informação:
[...] ao meu
acampamento no Rincão de Santo Antônio, com a incumbência de entrar em
entendimento com o coronel Antenor Lemos, que estava acampado em Campo Branco,
município de Lajeado, com 300 homens armados, que segundo constava, desejava
fazer incorporação com a coluna.
Ainda sobre isso Lampert (2005; 64) destaca:
Os lajeadenses, entre
eles meu pai, chegaram a participar de uma surtida de forças existente na
divisa dos antigos municípios de Lajeado e Soledade, para atacar as forças da
Brigada Militar na localidade próxima de Quatro Léguas. Perderam-se e não
lograram encontrar seus companheiros nem os soldados legalistas. Decepcionados,
retornaram para Campo Branco. As comunicações entre as tropas eram
precaríssimas.
No Vale do Taquari encontra-se registro de que Lajeado e
Encantado estavam enviando pequenas tropas para apoiar a causa paulista,
conforme Ferri (1985;82).
No estado, alguns
municípios manifestaram-se a favor de são Paulo, inclusive Encantado, onde o
Prefeito Coronel José Rodrigues Sobral, reuniu os subprefeitos dos distritos,
lideranças municipais e outras pessoas que, numa histórica reunião, decidiram
apoiar a causa paulista, mesmo contra o parecer do coronel Sobral.
Conforme estudos de Schierholt (2002; 203), aparece o
informe:
A Revolução
Constitucionalista não teve efeitos destruidores em Estrela. Diante de seu
porto, apenas forças da brigada Militar passaram, para reprimir levantes na
zona alta de Lajeado e Soledade, onde deu o Combate do Fão, na Barra do
Dudulha, na noite chuvosa de 12 para 13-09-1932, com mortos e feridos.
Em um dos acampamentos do grupo de Candoca, próximo a Barros
Cassal, em 8 de setembro de 1932, chegou um rapaz dizendo-se ser filho de um amigo
de Candoca e que gostaria de saber por onde eles iam passar para chegar até São
Paulo. Na verdade, o rapaz era filho do seu Pinto “o caçador dos
revolucionários” e obtendo a informação que o grupo de Candoca iria passar pelo
rio Fão os militares, representantes do governo, poderiam planejar o ataque.
Tratando do local por onde o Combate passou, o entrevistado
B (2009; 8) enfatiza:
Não, não foi
programado. Tanto é que não foi programado por que eles vieram por um lugar
difícil, por fácil de combate as força da brigada, as forças militares como em
qualquer outro lugar. Uma porque eles não conheciam o terreno e o pessoal daqui
já conhecia por lá. E daí quem levo eles lá, as forças do governo, foi um pinta
ali, não sei se era o tio do José Pinto ou quem era .
Os revolucionários chegam a ter vários acampamentos, e no
dia 12 estabeleceram-se junto às planícies entre o rio Fão e arroio Duduia(3)
próximos de Arroio do Meio e Lajeado. Enquanto observavam e estudavam o
terreno, o alto comando instalou-se numa casa de propriedade de Honorato
Valêncio, mas os demais acamparam as margens do rio Fão.
Sobre o local que se instalaram, o entrevistado C (2009; 3)
narra que “moravam bem ali perto da ponte [que tem hoje], morava o veio Norato
Valêncio.[...] E foi baleado dentro da casa dele”. Relacionado a este evento,
uma outra entrevista (A 2010; 1) informa o seguinte diálogo: “J – Mas essa casa
do Honorato era aonde? A – Era bem onde tinha a casa do falecido Guilherme ali,
agora não tem morador mais, bem na lomba pra lá um pouco”.
A tropa estava espalhada em todos os morros do local, quando
um dos combatentes, Rosauro Tavares, que estava em cima do morro, avistou
tropas se movimentando. Sobre isto Paula (1933; 66, grifo do autor) informa:
No dia 12 de setembro
se acamparam em torno do Rio Fão as tropas de Candoca. Ouviram-se os primeiros
sinais de descarga. As 9 horas da noite ouvi descargas no acampamento, vieram a
minha cama alguns rapazes, perguntando:
- Não ouviu descarga no acampamento?
- Não – respondi.
- Pois houve descargas lá.
- Isso não passa de um ou dois tiros que deram de bobagem ou
nalgum fantasma que apareceu lá. Um ou dois tiros – principalmente a noite –
nestas serranias, faz eco que parece descarga.
- Não...foi de 50 a 60 tiros, e parece rajada de
metralhadora.
Em 13 de setembro, às margens do rio Fão, durante o
alvorecer, ouviram-se os primeiros tiros, marcando o início do combate. O
combate com as tropas do governo durou em torno de seis horas até que o grupo
de Candoca, esgotando munição, precisou retirar-se pelo mato atravessando o
arroio Duduia (FIGURA 2).
FIGURA 2: Vista parcial da Barra do Dudulha / Fontoura
Xavier-RS.S.S.
Fonte: Adaptado por Trombini e Kreutz (2010).
Franco (1975; 56) informa que o grupo sem “[...] condições
de resistir a uma força bem armada e municiada, o General Candoca retirou seus
homens, cruzando o Rio Duduia e internando-se nos matos”. Não se sabe ao certo
o número de feridos, bem como os sepultamentos efetivados nas proximidades do
rio Fão. Sobre este episódio novamente utiliza-se de Lampert (2005; 65) com
seguinte informação:
Cinco soldados
revolucionários caíram no local e foram sepultados na pequena localidade de
Barra do Dudulha onde jazem até hoje. No dia seguinte, nosso, pai, há dias
desmobilizado, retornou ao local do combate, acompanhado do médico Dr. Renê
Flores e do escrivão do distrito de Fão, Mário Cattoi, para atendimento dos
feridos e sepultamentos dos mortos.
Atualmente, a localidade de Barra do Duduia, município de
Fontoura Xavier, e também a planície onde se encontram os municípios de Pouso
Novo e Progresso, cortado pelo rio Fão e arroio Duduia, compunham o cenário em
que aconteceu o Combate do Fão; entretanto, isto é ainda desconhecido por
muitas pessoas que moram próximas à região. Existe um cemitério onde estão
enterradas algumas pessoas que morreram no combate, mas não se sabe de que lado
lutaram, além de também haver duas lápides em homenagem aos considerados
heróicos combatentes.
5 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A Revolução Constitucionalista iniciada em julho de 1932 em
São Paulo repercutiu em outros Estados do Brasil, como Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Este último Estado é onde levantou-se um
grupo de revolucionários que apoiaram os paulistas. O interventor do Rio Grande
do Sul, Flores da Cunha, não apoiou São Paulo e se manteve ao lado de Getúlio
Vargas. O interventor colocou corpos auxiliares em todas as regiões do Rio
Grande do Sul para que possíveis levantes e confrontos caso ocorressem fossem
sufocados.
Apesar disso, vários levantes armados surgiram para apoiar a
causa paulista, recebendo apoio de líderes partidários da FUG (Frente Única
Gaúcha), como Borges de Medeiros, Raul Pilla e Batista Luzardo, que de uma
maneira ou outra influenciaram os combatentes a apoiar a causa paulista. Os
levantes armados em apoio de São Paulo travaram luta com tropas governamentais,
comandados por Flores da Cunha. Um desses confrontos foi o Combate do Fão, em
Soledade, o qual em setembro de 1932 enfrentou as tropas do governo estadual,
nas margens do rio Fão.
Por meio deste estudo, constata-se que não só o Combate do
Fão, em Soledade, mas outros levantes em regiões do RS, como Vacaria, São Sepé,
Lagoa Vermelha, Pelotas, Lajeado e Encantado, também foram reprimidos pelas
forças governamentais.
É possível constatar ainda que os movimentos no RS que estavam
dispostos a juntar-se ou apoiar a Revolução Constitucionalista tiveram um ato
de coragem, pois sabendo que as forças governamentais estavam bem mais
equipadas em armamentos e número de homens, não tinham sequer chances de
vitória. Mesmo assim se aventuraram de seguir em frente e foram todos
reprimidos, inclusive o do Combate do Fão. Nesse sentido, percebe-se que muitas
pessoas, como familiares dos combatentes, pessoas que possuem cargos
importantes nos municípios que se envolveram no Combate do Fão e a comunidade
de Barra do Dudulha, não querem que este episódio passe despercebido. Por isso,
todos os anos no mês de novembro é comemorado o Combate do Fão, na comunidade
de Barra do Dudulha, por meio de uma festa e homenagens aos familiares dos
combatentes.
Pode-se concluir afirmando que o Combate do Fão representou
um momento político do Rio Grande do Sul, em que pessoas contrárias a um dos
ícones rio-grandenses – Getúlio Vargas – apoiaram a causa paulista mesmo
reprimidos por forças governamentais gaúchas. O lugar onde se encerrou o
Combate do Fão, Barra do Dudulha, no município de Fontoura Xavier, existem
vestígios sobre esta luta armada entre revolucionários e forças militares à
espera de quem quiser conhecer.
REFERÊNCIAS
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(1) Licenciada em
História pelo Centro Universitário UNIVATES, Lajeado-RS. Professora da rede
estadual no município de Progresso. E-mail: janainet@universo.univates.br
(2) Doutor em
História. Professor do Curso de História e do Programa de Pós Graduação em
Ambiente e Desenvolvimento do Centro Universitário UNIVATES. E-mail lflaroque@terra.com.br
(3) O arroio Duduia trata-se de um afluente do rio Fão, que
é chamado de Duduia. Já a localidade onde aconteceu o Combate do Fão que
pertence ao município de Fontoura Xavier é Barra do Dudulha.
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