TERAPIA DO ELOGIO - Arthur Nogueira*Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios, não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades, só se ouvem críticas.As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando... os defeitos dos outros. Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta renda. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa, não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando, amigos, etc.Só vemos pessoas fúteis valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por conseqüência, são pessoas que têm a obrigação de cuidar do corpo e do rosto. Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias.A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos consultórios. Destroem seus casamentos, e acabam procurando em outras pessoas o que não conseguem dentro de casa.Comecemos a valorizar nossas famílias, amigos, alunos, subordinados. Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional, o bom filho, o bom pai ou a boa mãe, o bom amigo, a boa dona de casa. A mulher e o homem que se cuidam...Enfim, vivemos numa sociedade em que um precisa do outro, é impossível viver sozinho e feliz, e os elogios são a motivação na vida de qualquer pessoa.Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje elogiando de alguma forma? Então elogie alguém hoje!autor: Arthur Nogueira, psicólogo._ _ _ _ _ _ _ _ _Repito aqui parte de um recado do ano passado:Dedique mais tempo para:- estar com a família, conversando, sem TV,- fazer refeições juntos, à mesa.
- colocar em ordem a cozinha.- estar na varanda ou jardim.- rezar com e pela família.
- escrever memórias de família- dar atenção a cada membro da família.- apontar qualidades de cada membro da família.
- recordar, listar e celebrar datas significativas para a família.- admoestar, refletir, incentivar e corrigir com caridade.- escolher programas de TV ou rádio que mostrem valores e virtudes.- presentear a família com bons livros e revistas, iniciando uma biblioteca.Dedique um dia especial cheio de surpresas, mimos, agrados,
recados e destaque para cada um da família – ser “Estrela por um dia”Crie oportunidades para cada membro da família partilhar medos, angústias, alegrias, histórias, e sonhos e projetos.Leia ou conte histórias para os pequenos, antes de dormir.Prepare três folhas para serem preenchidas por todos da família, durante a semana:1ª - Elogios - Que bom!2ª - Críticas - Que pena!3ª - Sugestões - Que tal?
Família é a primeira escola de vida e de fé.A escola e a igreja vão confirmar o que os filhos aprendem em casa, com os pais.
O que se aprende na infância, mesmo que descuidado na juventude, retorna na idade adulta.Paz nas mentes e corações, paz nas famílias e nações!
"Levai a todos um raio da ternura do Coração de Jesus"Abençoados dias, noites e madrugadas frias!
sexta-feira, 21 de junho de 2013
TERAPIA DO ELOGIO
quinta-feira, 20 de junho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
HISTÓRIA DO POVO ZANATTA
A ENXADA E A
LANÇA
A África antes
dos portugueses
História do Povo zanata
...Quando os azenegues conquistaram
Audagoste, a aparência da cidade – “encantadora”, segundo Ibne Hawkal – era a
de um vergel. Onde os nômades, muito provavelmente, se guardaram de viver.
Acampavam à sua borda, em tendas ou em precários abrigos de caniço e de ramos.
Mas tinham sob controle o acesso à urbe e lhe taxavam o comércio, cuja prática
deixavam nas mãos dos zanatas.
“Gana” – ensina-nos Al Bakri, no seu
famoso Livro dos itinerários e dos reinos – “ é o título usado pelos reis de um
país cujo nome é Aucar.” Essa denominação real, que significava “chefe de
guerra”, não era a única. Ao soberano davam-lhe também as designações de tunca
e caia-maga, ou caia-manga, “o rei do ouro”.
... e grupos humanos, que lhe pagassem
tributo e lhe pudessem fornecer soldados para a guerra, servidores para a
corte, levradores para os campos reais. As campanhas militares expansionistas
tinham por escopo, assim, conquistar gente. Mas as terras acompanhavam os novos
súditos, vassalos e servos.
Parte da atividade militar
concentrava-se em defender o reino de seus vizinhos – como Tacrur, Gaô e vários
outros – que perseguiam o mesmo objetivo de ampliar as suas próprias redes de
fidelidade política. E a maior preocupação consistia em resguardar das ambições
dos berberes os portos caravaneiros da margem meridional do Saara.
Entre os berberes figuravam os
azenegues, asnagas ou sanhajas, senhores do deserto, desde o uede Dara ou Dráá,
ao norte, até o Sael, ao sul, e do Atlântico até o Hoggar. Os azenegues
dividiam-se em grandes grupos, que, em geral, se hostilizavam mutuamente, mas
podiam formar passageiras federações. Tão efêmeras, muitas vezes, quanto a paz
entre as tribos de que se compunha cada um daqueles grupos. E eles eram: logo
abaixo dos Oasis meridionais do Marrocos, os lantas e os jazulas; mais para o
sul, os fornecedores de guias para as caravanas e seus protetores ou atacantes,
os massufas; ao longo do litoral atlântico, os judalas; no Adrar mauritano e no
Tagante, os lanturnas.
De rostos cobertos com um véu – que os
árabes chamavam de litham - , os azenegues, com seus camelos, controlavam não
apenas as rotas das cáfilas e os oásis, e os poços do deserto, mas também as
grandes minas de Tagaza e outros depósitos de sal-gema, formados em depressões
onde outrora houvera lagos.
Donos do sal, detinham os sanhajas a
mola do comércio transaariano. Os grandes mercados, no entanto, estavam, nas
cidades do sul do Magrebe, nas mãos dos berberes zanatas, e no Sael, em
parte nas dos saracolês.
Na segunda metade do século IX, os
azenegues assenhoreavam-se pela primeira vez do nó caravaneiro de Audagoste,
uma pequena cidade, fundada talvez um ou dois séculos antes, mas que já seria
um centro agrícola, artesanal e mercantil de importância, uma das principais
portas do comércio com o Sudão. Daí por diante, e por muito tempo, Audagoste
progrediu, até desaparecer, uns seiscentos anos depois.
Ficava – conta – nos Al-Bakri – numa
planície arenosa, ao pé de um monte desnudo de qualquer vegetação. Mas ao redor
da cidade havia bosques de tamareiras. E nela não escasseava a água doce.
Cultivavam-se o milhete, as figueiras, o pepino, a hena. O gado, vacum e ovino,
era abundante. O mercado vivia cheio de gente e nele se pagava em ouro. A
população era de vária origem, com bonitas mulheres, de cintura fina e nádegas
cheias. E por toda parte havia belos edifícios e casas elegantes.
BIBLIOGRAFIA
Silva, Alberto da Costa e
A enxada e a lança: a África antes dos
portugueses / Alberto Costa e Silva. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São
Paulo: EDUSP, 1992.
Pesquisa realizada pelo Frei Paulo F Zanatta
ORAÇÕES!
ORAÇÕES
Oração a Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora
do Rosário, dai a todos os cristãos a graça de compreender a grandiosidade da
devoção do Santo Rosário, na qual, à recitação da Ave Maria, se junta à
profunda meditação dos santos mistérios da vida, da morte e da ressurreição de
Jesus, vosso Filho e nosso Redentor.
São Domingos,
apóstolo do rosário, acompanhai-nos com a vossa bênção, na recitação do terço,
para que, por meio desta devoção a Maria, cheguemos mais depressa a Jesus e,
como na batalha de Lepanto, Nossa Senhora do Rosário nos leve à vitória em
todas as lutas da vida.
Nossa Senhora
rogai por nós. Amém.
Oração a São Roque
São Roque, que dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela
peste, embora também a tenhais contraído, daí-nos paciência no sofrimento e na
dor. São Roque, protegei a mim, mas também aos meus irmãos e irmãs,
livrando-nos das doenças infecciosas. Por isso, hoje, rezo especialmente por
uma pessoa muito querida (dizer o nome da pessoa), para que fique livre do seu
mal. Enquanto eu estiver em condições de me dedicar aos meus irmãos,
proponho-me ajuda-los em suas reais necessidades, aliviando um pouco o seu sofrimento.
São Roque abençoe os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos das doenças e dos perigos.
Amém.
São Roque abençoe os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos das doenças e dos perigos.
Amém.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Cúpula dos Povos na Rio +20 (declaração final)
DECLARAÇÃO FINAL
CÚPULA DOS POVOS NA RIO+20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
EM DEFESA DOS BENS COMUNS, CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA.
Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos, organizações da sociedade civil e ambientalistas de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.
A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.
As instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferencia oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.
Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os
bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro.
As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista patriarcal, racista e homofobico.
As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistematica violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade.
Da mesma forma denunciamos a divida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos oprimidos do mundo, e que deve ser assumida pelos países altamente industrializados, que ao fim e ao cabo, foram os que provocaram as múltiplas crises que vivemos hoje.
O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitario sobre los recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessarios à sobrevivencia.
A dita "economia verde" é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento publico-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.
As alternativas estão em nossos povos, nossa historia, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemonico e transformador.
A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidaria, a soberania alimentar, um novo
paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.
A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do "Bem Viver" como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos.
Exigimos uma transição justa que supõe a ampliação do conceito de trabalho, o reconhecimento do trabalho das mulheres e um equilíbrio entre a produção e reprodução, para que esta não seja uma atribuição exclusiva das mulheres. Passa ainda pela liberdade de organização e o direito a contratação coletiva, assim como pelo estabelecimento de uma ampla rede de seguridade e proteção social, entendida como um direito humano, bem como de políticas públicas que garantam formas de trabalho decentes.
Afirmamos o feminismo como instrumento da construção da igualdade, a autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade e o direito a uma vida livre de violência. Da mesma forma reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação.
O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada é fundamento para um novo paradigma de sociedade.
Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para as corporações.
A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas a partir das resistências e alternativas contra hegemônicas ao sistema capitalista que estão em curso em todos os cantos do planeta. Os processos sociais acumulados pelas organizações e movimentos sociais que convergiram na Cúpula dos Povos apontaram para os seguintes eixos de luta:
Contra a militarização dos Estados e territórios;
Contra a criminalização das organizações e movimentos sociais;
Contra a violência contra as mulheres;
Contra a violência as lesbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgeneros;
Contra as grandes corporações;
Contra a imposição do pagamento de dívidas econômicas injustas e por auditorias populares das mesmas;
Pela garantia do direito dos povos à terra e território urbano e rural;
Pela consulta e consentimento livre, prévio e informado, baseado nos princípios da boa fé e do efeito vinculante, conforme a Convenção 169 da OIT;
Pela soberania alimentar e alimentos sadios, contra agrotóxicos e transgênicos;
Pela garantia e conquista de direitos;
Pela solidariedade aos povos e países, principalmente os ameaçados por golpes militares ou institucionais, como está ocorrendo agora no Paraguai;
Pela soberania dos povos no controle dos bens comuns, contra as tentativas de mercantilização;
Pela mudança da matriz e modelo energético vigente;
Pela democratização dos meios de comunicação;
Pelo reconhecimento da dívida histórica social e ecológica;
Pela construção do DIA MUNDIAL DE GREVE GERAL.
Voltemos aos nossos territórios, regiões e países animados para construirmos as convergências necessárias para seguirmos em luta, resistindo e avançando contra os sistema capitalista e suas velhas e renovadas formas de reprodução.
Em pé continuamos em luta!
Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012.
Cúpula dos Povos por Justiça Social e ambiental em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida.
Revisão total sobre a natureza
REVISÃO TOTAL
SOBRE A NATUREZA 09/06/2011
A ecologia humana é “uma
necessidade imperativa”, afirma a embaixadores
(ZENIT.org) - Bento XVI
reafirmou nesta quinta-feira a “necessidade imperativa” de estabelecer a “ecologia
humana”.
Segundo o pontífice, as
prioridades políticas e econômicas devem ser “adotar em tudo uma maneira de
viver respeitosa com o entorno e apoiar a pesquisa e o uso de energias limpas,
que preservem o patrimônio da criação e não sejam perigosas para o homem”.
O Papa dirigiu-se em
discurso a seis novos embaixadores que apresentavam suas credenciais no
Vaticano hoje, de: Moldávia, Guiné Equatorial, Belize, Síria, Gana e Nova
Zelândia.
O Papa falou da ecologia
no discurso geral lido aos embaixadores, apesar de ter entregue a cada um deles
um discurso específico sobre a realidade dos países representados.
Bento XVI afirmou que é
necessário “revisar totalmente nosso enfoque da natureza”. “Esta não é
unicamente um espaço a se explorar, ou lúdico. É o lugar de nascimento do
homem, sua ‘casa’, por assim dizer. É essencial para nós”.
“A mudança de mentalidade
neste âmbito, ainda com as contradições que carrega, deve permitir chegar
rapidamente à arte de viver juntos, que respeite a aliança entre o homem e a
natureza, sem a qual a família humana corre o risco de desaparecer.”
“Deve ser realizada,
portanto, uma reflexão séria e devem ser propostas soluções precisas e viáveis.
O conjunto dos governantes deve se comprometer a proteger a natureza e a ajudar
a que desempenhe sua função essencial na sobrevivência da humanidade.”
O Papa indicou a ONU como
“o marco adequado desta reflexão, que não deverá se obstaculizar por interesses
políticos e econômicos cegamente partidários, para dar prioridade à
solidariedade sobre o interesse particular”.
Bento XVI falou ainda
sobre o “justo lugar da técnica” na atividade humana.
“A base do dinamismo do
progresso corresponde ao homem que trabalha e não à tecnologia, que não é mais
que uma criação humana.”
Apostar tudo na técnica e
na tecnologia, ou acreditar que são o único agente do progresso ou da
felicidade, implica uma “coisificação do homem, que conduz à cegueira e à
miséria”.
“A técnica que domina o
homem o priva da sua humanidade. O orgulho que gera faz nascer em nossas
sociedades um economicismo intratável e certo hedonismo que determina os
comportamentos.”
Segundo o Papa, o
enfraquecimento da primazia do humano traz consigo uma confusão existencial e
uma perda do sentido da vida.
“Porque a visão do homem e
das coisas sem referência à transcendência desarraiga o homem da terra e, mais
fundamentalmente, empobrece a própria identidade.”
“É, portanto, urgente
chegar a conjugar a técnica com uma forte dimensão ética”, disse.
“A técnica deve ajudar a
natureza a prosperar na linha querida pelo Criador. Trabalhando assim, o
pesquisador e o cientista aderem ao desígnio de Deus, que quis que o homem seja
o cume e o gestor da criação.“
“As soluções baseadas
neste fundamento protegerão a vida do homem e sua vulnerabilidade, assim como
os direitos das gerações presentes e as vindouras. E a humanidade poderá
continuar beneficiando-se do progresso que o homem, pela sua inteligência,
consegue realizar”, afirmou o Papa.
Bento XVI pediu que todos
trabalhem na promoção de um humanismo respeitoso da dimensão espiritual e
religiosa do homem.
“Porque a dignidade da
pessoa humana não varia com a flutuação das opiniões. Respeitar sua aspiração à
justiça e à paz permite a construção de uma sociedade que promove a si mesma,
quando apoia a família ou rejeita, por exemplo, a primazia exclusiva das
finanças”, disse.
Rio +20
Frei Betto
Desafios à RIO+20
Iniciada
há poucos dias, Rio+20 abrigará chefes de Estado, e ambientalistas e movimentos
sociais na Cúpula dos Povos. O evento corre o risco de frustrar expectativas
caso não tenha, como ponto de partida, compromissos assumidos na Agenda 21 e
acordos firmados na Eco-92 e reiterados na Conferência de Johannesburgo, em
2010.
Há verdadeira conspiração de bastidores para, na Rio+20, escantear os princípios do desenvolvimento sustentável e os Objetivos do Milênio, e impor as novas teses da “economia verde”, sofisma para encobrir a privatização dos recursos naturais, como a água, e a mercantilização da natureza.
O enfoque dos trabalhos deverá estar centrado não nos direitos do capital, e sim na urgência de definir instrumentos normativos internacionais que assegurem a defesa dos direitos universais de 7 bilhões de habitantes do planeta e a preservação ambiental.
Cabe aos governos reunidos no Rio priorizar os direitos de sustentabilidade, bem-estar e progresso da sociedade, entendidos como dever de garantir a todos os cidadãos serviços essenciais à melhor qualidade de vida. Faz-se necessário modificar os indicadores de desenvolvimento, de modo a levarem em conta os custos ambientais, a equidade social e o desenvolvimento humano (IDH).
A humanidade não terá futuro sem que se mudem os padrões de produção, consumo e distribuição de renda. O atual paradigma capitalista, de acumulação crescente da riqueza e produção em função do mercado, e não das necessidades sociais, jamais haverá de erradicar a miséria, a desigualdade, a destruição do meio ambiente. Migrar para tecnologias não poluentes e fontes energéticas alternativas à fóssil e à nuclear é imperativo prioritário.
Nada mais cínico que as propostas “limpas” dos países ricos do hemisfério Norte. Empenham-se em culpar os países do hemisfério Sul quanto à degradação ambiental, no esforço de ocultar sua responsabilidade histórica nas atividades de suas transnacionais em países emergentes e pobres. Há que desconfiar de todas as patentes e marcas qualificadas de “verdes”. Eis aí um novo mecanismo de reafirmar a dominação globocolonialista.
O momento requer uma convenção mundial para controle das novas tecnologias, baseada nos princípios da precaução e da avaliação participativa. Urge denunciar a obsolescência programada, de modo a dispormos de tecnologias que assegurem o máximo de vida útil aos produtos e beneficiem a reciclagem, tendo em vista a satisfação das necessidades humanas com o menor custo ambiental.
À Rio+20 se impõe também o desafio de condenar o controle do comércio mundial pelas empresas transnacionais e o papel da OMC (Organização Mundial do Comércio) na imposição de acordos que legitimam a desigualdade e a exclusão sociais, impedindo o exercício de políticas soberanas. Temos direito a um comércio internacional mais justo e em consonância com a preservação ambiental.
Sem medidas concretas para frear a volatilidade dos preços dos alimentos e a especulação nos mercados de produtos básicos, não haverá erradição da fome e da pobreza, como preveem, até 2015, os Objetivos do Milênio.
Devido à crise financeira, parcela considerável do capital especulativo se dirige, agora, à compra de terras em países do Sul, fomentando projetos de exploração de recursos naturais prejudiciais ao meio ambiente e ao equilíbrio dos ecossistemas.
A Rio+20 terá dado um passo importante se admitir que, hoje, as maiores ameaças à preservação da espécie humana e da natureza são as guerras, a corrida armamentista, as políticas neocolonialistas. O uso da energia nuclear para fins pacíficos ou bélicos deveria ser considerado crime de lesa-humanidade.
Participarei da Cúpula dos Povos para reforçar a proposta de maior controle da publicidade comercial, da incitação ao consumismo desmedido, da criação de falsas necessidades, em especial quando dirigidas a crianças e jovens.
Educação e ciência precisam estar a serviço do desenvolvimento humano e não do mercado. Uma nova ética do consumo deve rejeitar produtos decorrentes de práticas ecologicamente agressivas, trabalho escravo e outras formas de exploração.
Enfim, que se faça uma reavaliação completa do sistema atual de governança ambiental, hoje incapaz de frear a catástrofe ecológica. Um novo sistema, democrático e participativo, deve atacar as causas profundas da crise e ser capaz de apresentar soluções reais que façam da Terra um lar promissor para as futuras gerações.
Há verdadeira conspiração de bastidores para, na Rio+20, escantear os princípios do desenvolvimento sustentável e os Objetivos do Milênio, e impor as novas teses da “economia verde”, sofisma para encobrir a privatização dos recursos naturais, como a água, e a mercantilização da natureza.
O enfoque dos trabalhos deverá estar centrado não nos direitos do capital, e sim na urgência de definir instrumentos normativos internacionais que assegurem a defesa dos direitos universais de 7 bilhões de habitantes do planeta e a preservação ambiental.
Cabe aos governos reunidos no Rio priorizar os direitos de sustentabilidade, bem-estar e progresso da sociedade, entendidos como dever de garantir a todos os cidadãos serviços essenciais à melhor qualidade de vida. Faz-se necessário modificar os indicadores de desenvolvimento, de modo a levarem em conta os custos ambientais, a equidade social e o desenvolvimento humano (IDH).
A humanidade não terá futuro sem que se mudem os padrões de produção, consumo e distribuição de renda. O atual paradigma capitalista, de acumulação crescente da riqueza e produção em função do mercado, e não das necessidades sociais, jamais haverá de erradicar a miséria, a desigualdade, a destruição do meio ambiente. Migrar para tecnologias não poluentes e fontes energéticas alternativas à fóssil e à nuclear é imperativo prioritário.
Nada mais cínico que as propostas “limpas” dos países ricos do hemisfério Norte. Empenham-se em culpar os países do hemisfério Sul quanto à degradação ambiental, no esforço de ocultar sua responsabilidade histórica nas atividades de suas transnacionais em países emergentes e pobres. Há que desconfiar de todas as patentes e marcas qualificadas de “verdes”. Eis aí um novo mecanismo de reafirmar a dominação globocolonialista.
O momento requer uma convenção mundial para controle das novas tecnologias, baseada nos princípios da precaução e da avaliação participativa. Urge denunciar a obsolescência programada, de modo a dispormos de tecnologias que assegurem o máximo de vida útil aos produtos e beneficiem a reciclagem, tendo em vista a satisfação das necessidades humanas com o menor custo ambiental.
À Rio+20 se impõe também o desafio de condenar o controle do comércio mundial pelas empresas transnacionais e o papel da OMC (Organização Mundial do Comércio) na imposição de acordos que legitimam a desigualdade e a exclusão sociais, impedindo o exercício de políticas soberanas. Temos direito a um comércio internacional mais justo e em consonância com a preservação ambiental.
Sem medidas concretas para frear a volatilidade dos preços dos alimentos e a especulação nos mercados de produtos básicos, não haverá erradição da fome e da pobreza, como preveem, até 2015, os Objetivos do Milênio.
Devido à crise financeira, parcela considerável do capital especulativo se dirige, agora, à compra de terras em países do Sul, fomentando projetos de exploração de recursos naturais prejudiciais ao meio ambiente e ao equilíbrio dos ecossistemas.
A Rio+20 terá dado um passo importante se admitir que, hoje, as maiores ameaças à preservação da espécie humana e da natureza são as guerras, a corrida armamentista, as políticas neocolonialistas. O uso da energia nuclear para fins pacíficos ou bélicos deveria ser considerado crime de lesa-humanidade.
Participarei da Cúpula dos Povos para reforçar a proposta de maior controle da publicidade comercial, da incitação ao consumismo desmedido, da criação de falsas necessidades, em especial quando dirigidas a crianças e jovens.
Educação e ciência precisam estar a serviço do desenvolvimento humano e não do mercado. Uma nova ética do consumo deve rejeitar produtos decorrentes de práticas ecologicamente agressivas, trabalho escravo e outras formas de exploração.
Enfim, que se faça uma reavaliação completa do sistema atual de governança ambiental, hoje incapaz de frear a catástrofe ecológica. Um novo sistema, democrático e participativo, deve atacar as causas profundas da crise e ser capaz de apresentar soluções reais que façam da Terra um lar promissor para as futuras gerações.